Força do ódio... Ou do amor (próprio)?
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (03)
Já percebeu que algumas pessoas postam fotos nas redes sociais realizando dietas, exercitando-se ou estudando e colocam a seguinte frase “Na força do ódio, mas foi!”. O que o ódio tem a ver com isso? Bom, a palavra ódio, quando buscamos no dicionário, significa “aversão intensa gerada ou motivada por medo, raiva ou injúria sofrida”.
Então vamos lá! Como uma dieta e um exercício físico que vai lhe ofertar uma qualidade de vida através da produção de ações saudáveis poderia gerar uma aversão intensa em você? Como o aprendizado sobre algo pode de alguma forma lhe causar sofrimento?
Então, eu lhe pergunto: será que estamos odiando o alimento que precisamos ter que ingerir de forma saudável ou estamos odiando o fato de termos que nos submeter a uma privação daquele doce lotado de açúcar que vai entupir todas as nossas veias? Eu estou rindo, mas a verdade é esta! Você pode não estar tendo ódio do exercício físico, mas sim do fato de que precisa realizá-lo para modificar uma condição na qual se encontra e é ruim para você.
Posso ir um pouco mais longe! Será que o ódio é sobre o alimento que deverá agora ser ingerido ou será que você não está odiando o fato de você ter chegado ao ponto de ser obrigado a fazer uma dieta restritiva, um exercício que não lhe agrada ou um curso necessário para alavancar sua carreira?
Tá, eu vou parar! Contudo, eu quero que você pense em algo importante: você pode ter ódio de tudo isso que acabei de falar, porém, é este ódio de estar do jeito X ou Y que fará com que a motivação para sair deste lugar aconteça.
Quando estudamos na Psicologia o Processo Psicológico Básico da Motivação, vemos que esta ocorre de maneira individual devido a uma necessidade que precisa ser saciada pelo sujeito ou por um objetivo que ele almeja alcançar.
Cada um de nós será motivado por algo. Isso que as empresas vendem “Motivem seus colaboradores” como uma receita de bolo é mentira! Ninguém motiva ninguém! A motivação pode ser acionada pela apresentação e reconhecimento de uma necessidade ou de um objetivo.
Portanto, se o ódio sobre qualquer coisa que conversamos acima for à emoção que o levará a alcançar aquilo que precisa e deseja, então que na “força do ódio seja”! Contudo, compreenda que o ódio só é força propulsora, mas não o real sentimento, pois de verdade o que você sente é que precisa mudar… e se para isso você fica com raiva de você, fique!
Este sentimento lhe moverá na busca de algo melhor, que posteriormente vai ser entendido como uma vitória. Assim, se foi “na força do ódio” que você buscou energia para amar-se mais, cuidar-se mais, elabora-se mais, ser mais! O ódio transformou-se em amor! Um amor próprio de mudança!