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Olhares Cotidianos

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Colunista

Conexões da vida

Confira a coluna desta quinta-feira (20)

Sátina Pimenta | 20/03/2025, 13:36 h | Atualizado em 20/03/2025, 13:36

Imagem ilustrativa da imagem Conexões da vida
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: - Divulgação

Há muitos anos, enquanto dava aula de Psicologia, conheci uma pessoa. Daquelas conexões que surgem de forma espontânea, quase intuitiva – como se aquele encontro estivesse reservado no tempo, esperando acontecer. Houve sintonia, escuta, troca verdadeira. E, como muitas vezes acontece, a vida seguiu seu fluxo e nos levou por caminhos diferentes.

Curiosamente, em dois outros momentos, nossos caminhos se cruzaram de forma diferente. E hoje faço parte da equipe dessa mesma pessoa, Kellym Braga – hoje uma profissional reconhecida da psicologia – colaborando com sua empresa voltada ao desenvolvimento humano.

Estar nesse espaço é mais do que um trabalho: é um aprendizado constante sobre o valor dos vínculos e como eles se mantêm, mesmo quando silenciados pelo tempo.

E aí lhe pergunto: quantas conexões já surgiram em sua vida e foram deixadas de lado, por falta de atenção, por pressa ou simplesmente porque não parecia ser o momento certo? Quantas dessas conexões poderiam ter gerado algo potente, transformador?

Na minha trajetória, esses encontros são frequentes. E percebo que, quando me abro verdadeiramente para eles, novas possibilidades se desdobram. Uma conexão gera outra, e assim por diante. É como uma rede viva, que se amplia quanto mais nos dispomos a estar atentos e disponíveis.

O que me fascina é que esses laços não precisam de hora, lugar, nem proximidade física. Eles podem existir em diferentes momentos e formas de estar no mundo.

Na psicologia, Carl Rogers, expoente da abordagem humanista, acreditava que encontros genuínos, pautados pela autenticidade e pela empatia, são caminhos fundamentais de crescimento e transformação. Estou vivenciando isto de forma intensa, pois estou realizando uma formação em abordagem humanista com uma professora que me deu aula há 18 anos, quando eu ainda cursava Psicologia. Esse reencontro não é acaso – é continuidade. É testemunho de como certas conexões permanecem, silenciosas ou não, e se reatualizam com potência.

E só para constar. Hoje tenho a oportunidade de escrever tudo isso para vocês neste jornal devido a uma conexão que iniciou quando eu tinha 10 anos!

Um estudo de Harvard sobre desenvolvimento adulto – o mais longo já realizado – demonstrou que relacionamentos de qualidade são o principal fator de bem-estar e longevidade. Não é a riqueza, nem a fama, mas a profundidade dos vínculos que sustenta a saúde física e emocional ao longo da vida.

Diante disso, não é necessário perguntar se temos conexões. A pergunta mais desafiadora é: estamos atentos a elas? Valorizamos o que nos é ofertado? Sabemos cultivar esses laços?

Como escreveu Manoel de Barros: “O que eu faço é me ligar às coisas. Eu nunca estou só, estou sempre com alguma coisa.”

Conectar-se é estar presente. É reconhecer no outro um espelho, uma ponte, um caminho.

E, talvez, o verdadeiro presente que a vida nos dá não esteja nas conquistas materiais, mas na possibilidade de estarmos juntos.

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