Exercícios em jejum emagrecem?
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (28)
Treinar em jejum tem sido prática cada vez mais comum. Como exemplo, temos as pessoas que seguem dietas como a do jejum intermitente e fazem exercícios longe dos períodos das refeições. Na grande maioria, todos buscam algo em comum, o resultado rápido! Mas, ainda que a prática seja frequente, surge a dúvida: atividade física em jejum emagrece?
Já adianto, o grande problema de seguirmos essas ações sem o auxílio de um profissional especializado, seja um educador físico, seja um nutricionista, é que muitas das vezes acabamos ignorando detalhes importantes, às vezes por crença, às vezes por más interpretações.
A verdade é que, fisiologicamente, essas atitudes podem estar atrasando o processo de emagrecimento tão desejado.
Conversei com o personal Helder Souza, e ele nos trouxe a informação de que, antes de tudo, é preciso ter definido que o emagrecimento só ocorrerá se o aumento de oxidação – “queima” de gordura através da “queima” de energia pela rotina de exercícios físicos e da dieta com restrição calórica planejada em um longo prazo – for maior do que o consumo calórico.
Helder afirma: “O jejum, fisiologicamente, parece ser o estado ideal para 'queimar' gordura. Com a glicemia baixa, ocorre a liberação de dois hormônios importantíssimos para quebra de gordura, o cortisol e o glucagon. Ao começarmos o exercício, aumentamos a quebra de gordura pela liberação de outros dois hormônios, a adrenalina e a noradrenalina. E com a glicemia baixa, continuamos a utilizar gordura proveniente do tecido adiposo e do músculo”.
Então, nos perguntamos: esse é o segredo! Será? O personal conclui que o quadro até parece o ideal, mas, por estarmos em jejum, aumentamos o cortisol consideravelmente, e esse hormônio também é responsável pela proteólise, que é a quebra da matéria-prima, a proteína, da sua massa muscular (massa magra), para ser utilizada como fonte energética.
Por causa da glicemia baixa, a glicose para o cérebro pode começar a faltar, causando cansaço, fadiga, sensação de desmaio, podendo comprometer o seu desempenho no treino. Não menos importante: o sistema imunológico também fica mais fragilizado, Sendo assim, parece que a única vantagem de treinar em jejum é que o método pode favorecer a mobilização de gordura, mas apenas durante o exercício.
Mas e então, Nutri, o que comer antes do treino? Não é qualquer alimento que resolve. Dependendo do intervalo que você tem entre comer e treinar, deve priorizar alguns nutrientes e dispensar outros, buscando melhorar o rendimento. Até uma hora e meia antes do treino, coma proteína (ovo, atum, frango), importante para a recuperação e a manutenção dos músculos, e carboidrato (pães e biscoitos integrais, arroz, macarrão integral e batata-doce).
Só dá para você comer uma hora antes do exercício? Então, fique apenas com o carboidrato e dispense a proteína. Opte por uma porção de salada de frutas com granola, por exemplo. Caso esse intervalo seja ainda menor (de 40 a 30 minutos), prefira carboidrato de mais rápida absorção, como uma tapioca recheada com banana e pasta de amendoim – eles ficam menos tempo no estômago e garantem a energia necessária para malhar.
Partindo do princípio que, durante o treino, você perde não só calorias, mas também eletrólitos, aminoácidos e outros elementos, sua estratégia de nutrição pré-treino deve contemplar a variedade de alimentos, sem se esquecer, claro, da hidratação.
Tudo é uma questão de bom senso! Há inúmeras estratégias que podemos introduzir em um processo de emagrecimento, mas, para isso, necessita-se de muita disciplina. Na dúvida, procure um profissional.
Forte abraço, bons treinos e até a próxima!