Aprendizado em foco com a proibição do celular
Coluna foi publicada no domingo (29)
O governo federal estuda implementar medidas para proibir o uso de celulares nas escolas do Brasil. A proposta é baseada em evidências que apontam que o banimento de smartphones nas salas de aula pode ter um impacto positivo não apenas no desempenho da aprendizagem, mas também na saúde mental de crianças e adolescentes.
A questão, que já foi abordada em diversos países, ganha cada vez mais relevância no cenário educacional brasileiro.
Embora a tecnologia seja uma ferramenta poderosa para o acesso ao conhecimento, o uso indiscriminado de celulares durante as aulas tem se mostrado uma barreira para o aprendizado. Segundo especialistas, o dispositivo, que deveria ser um aliado, pode rapidamente se tornar uma fonte de distração, minando a concentração e dificultando o foco nas atividades pedagógicas.
Além disso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) publicou um relatório recente que recomenda, enfaticamente, a restrição ou até o banimento total do celular nas escolas.
O estudo da Unesco destaca a correlação entre o uso excessivo da tecnologia e problemas de aprendizagem, além dos efeitos nocivos à saúde mental dos estudantes.
O Brasil está longe de ser o único país a debater essa questão. Nações como França, Dinamarca, Suíça, Finlândia, México, Itália, Holanda e Grécia já adotaram medidas restritivas quanto ao uso de celulares nas escolas. A iniciativa, nesses países, tem mostrado resultados promissores, com melhorias significativas no engajamento dos alunos e na convivência social no ambiente escolar.
Entre os principais problemas relacionados ao uso de celulares em sala de aula estão: desrespeito às regras internas, distração constante, falta de compromisso com a matéria do quadro, violação do direito de imagem, com alunos fotografando ou filmando colegas sem consentimento, risco de cyberbullying e prejuízo à interação social.
Mesmo com políticas internas de algumas escolas tentando proibir os aparelhos, as infrações continuam provocando consequências preocupantes para a qualidade da educação no Brasil.
A proposta do Governo busca enfrentar esses desafios e devolver à sala de aula o ambiente propício ao aprendizado. Para que essa mudança seja bem- sucedida, é fundamental que pais e mães se unam às escolas nessa missão.
Ao retirar o foco dos celulares e redirecioná-lo ao conteúdo das aulas, as crianças e adolescentes terão melhores chances de se desenvolver plenamente, tanto no campo do aprendizado quanto no emocional.
As escolas, os profissionais da educação e as famílias precisam estar alinhados para que essa medida tenha o impacto desejado.
A desconexão temporária do mundo digital dentro das salas de aula pode ser o passo necessário para reconectar os alunos ao processo de aprendizado e às interações humanas, vitais para sua formação integral.