Vence, o futebol
Coluna foi publicada no domingo (05)
Desta vez, não houve injustiça: o campeão da Libertadores de 2023 é o Fluminense. E não um Fluminense qualquer, campeão por um acaso destes propiciados por resultados inesperados nas chaves. Não, mesmo. A vitória na final que levou o clube à “Glória Eterna” consagrou o jeito de jogar futebol do time de Fernando Diniz. E isso significa muito para o futebol do País, para o continente e, é claro, para o clube que festeja a inédita conquista do título do torneio.
Desta vez, não houve injustiça: o Fluminense venceu por 2 a 1, na prorrogação, com gols de Cano e John Kennedy, e, mesmo sem fazer uma exibição de gala, coroou um trabalho de quatro anos, época que o clube iniciou a montagem deste elenco (vejam vocês!) pelas mãos do próprio Diniz.
Porque foi quem derrubou as barreiras da idade, fez enxergar o valor e a importância dos “vencedores” e encorajou o desenvolvimento do talentos dos coadjuvantes.
Desta vez, não houve injustiça: e o Fluminense dá ao futebol brasileiro o quinto título consecutivo da Libertadores, mostrando como um clube sem substanciais recursos financeiros, escorado apenas na criatividade dos profissionais do departamento de futebol, consegue montar um elenco competitivo.
Um grupo com diversos personagens, uns muito jovens, outros já calejados, mas praticamente todos com histórias fantásticas, bonitas de serem contadas.
Desta vez, não injustiça: tenho a impressão de que aquele time do Flu que amargou o vice-campeonato da Libertadores, em 2008, caindo para um até então desconhecido LDU, do Equador, era até mais estelar.
Mas este coletivo preparado por Fernando Diniz sob um conceito inovador, corajoso e bonito de ser assistido, é do tipo que orgulha a história de um clube. Ainda mais com uma campanha irretocável, com triunfo final sobre o Boca Juniors seis vezes campeão do torneio.
Desta vez, não houve injustiça: e talvez por já saber o roteiro dessa festa, os tricolores lotaram bares e restaurantes do entorno do estádio desde as primeiras horas do sábado (04).
Gente de distintas gerações, com suas camisas em verde, grená e branco. acordando moradores logo cedo com os gritos de “Nense” e “Vamos, vamos, Fluminense…” Era momento especial na vida daquelas pessoas – mulheres e homens, crianças, jovens e idosos. Gente do Rio e de fora, “vivos e mortos”, como diria Nélson Rodrigues.
Desta vez, não houve injustiça: o Fluminense de Fernando Diniz é o melhor time da América do Sul. De quebra, renovou minha crença no bom futebol. Meu muito obrigado aos guerreiros tricolores!