Sinal dos tempos
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (28)
Às contratações do jovem meia argentino Carlos Alcaraz, de 21 anos, e do atacante equatoriano Gonzalo Plata, de 23, custarão ao Flamengo, grosso modo, quase R$ 133 milhões, vinte a mais do que o clube teve de pagar em 2019 para ter a dupla Arrascaeta, à época com 24 anos, e Bruno Henrique, que tinha 28. Os dois acabaram se transformando nas grandes sensações da geração que empilhou títulos na Gávea, dentre eles dois títulos do Brasileiro e dois da Copa Libertadores.
Pelo meia uruguaio, o Flamengo teve de R$ 90 milhões repartidos entre o Cruzeiro e o clube de Montevidéu que detinha parte dos direitos econômicos, e por Bruno Henrique os rubro-negros tiveram de depositar nos cofres santistas os R$ 23 milhões da cláusula que o desvincularia do clube paulista.
Se quiserem fazer outras comparações dá também para incluir na discussão os R$ 83,5 milhões pagos à Inter de Milão para a permanência de Gabriel Barbosa, de 24, em 2020.
Números
A brincadeira (sic) com os números apenas ilustra o esforço que o Flamengo está fazendo para tentar se repaginar neste cenário de futebol tão competitivo quando inflacionado.
E serve também para dar traços mais fortes, quase definitivos, ao encerramento daquela geração que tantas alegrias deu aos torcedores rubro-negros. Hoje, por razões distintas, Arrascaeta, com 30 anos, Bruno Henrique, 33, e Gabriel Barbosa, 27, já não conseguem mais alimentar o imaginário dos torcedores.
O meia Carlos Alcaraz, de 21, que chega do Southampton, da Inglaterra, passa a ser então a mais cara da história do clube, numa operação estimada em 20 milhões de dólares - cerca de R$ 110 milhões.
Já o atacante equatoriano Gonzalo Plata, de 23 anos, do Al-Sadd, do Catar, vem para o Flamengo com 30% de seus direitos adquiridos mediante o pagamento de R$ 22,4 milhões - o equivalente a 3,65 milhões de euros. Revelado pelo Del Valle, já rodou por Sporting e Valladolid antes de chegar ao Catar.
Operações
Somadas às contratações do experiente lateral-esquerdo Alex Sandro, de 33 anos, liberado pela Juventus, e do ponta Michael, de 28, que retornou ao clube depois dos três anos no Al Hilal, da Arábia Saudita, as operações mostram um comprometimento de mais de R$ 150 milhões.
Às vésperas de mais um pleito, a administração Rodolfo Landin aposta pesado na tentativa de evitar que se repita o fracasso do ano passado.