Realidade alvinegra
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (17)
Semblante tranquilo, descontraído e com aparente otimismo, a chegada de Tiago Nunes ao Botafogo me fez debruçar sobre os números dos seis primeiros colocados da Série A. E, apesar da liderança temporariamente perdida, vejo que, matematicamente, a possibilidade de o time conquistar o título do Brasileiro não é tão dramática como parece. Basta, é claro, que o empate com o Bragantino no último domingo (12) em Bragança tenha posto fim na série de derrotas que lhe tirou a vantagem sobre os seguidores.
E a conta é muito simples e a torcida que anda deprimida precisa acreditar. O Botafogo tem um jogo a menos do que o Palmeiras, seu principal concorrente, restando a ele, portanto, 15 pontos a disputar.
Com os 60 pontos somados, é possível que vença pelo menos quatro deles, chegando na 38ª rodada com 72 pontos e um total de 22 vitórias.
Terá como adversários Fortaleza, Santos, Coritiba, Cruzeiro e Internacional – o segundo e o quarto no Rio. Ou seja: nada anormal e plenamente factível.
Neste cenário, descartando os pontos de um dos seus cinco jogos a cumprir, o principal adversário seria mesmo o Palmeiras de Abel Ferreira. Porque com 62 pontos já conquistados e mais doze a disputar, o atual líder da competição precisaria ao menos empatar um dos seus quatro próximos confrontos.
Neste caso, somaria mais dez pontos e fecharia a campanha com 72 pontos e 21 vitórias – uma a menos do que o Botafogo, que seria campeão pela vantagem no primeiro quesito de desempate.
E sendo assim, ainda que Grêmio, Bragantino, Atlético/MG ou Flamengo vencessem todos os seus jogos restantes, o título alvinegro estaria garantido.
O Grêmio, vencendo os quatro jogos que lhe restam só chegaria a 71 pontos. O Bragantino, o atual terceiro colocado, também só alcança os 71. E o Atlético/MG não fará mais do que 69.
O Flamengo que, como o Botafogo tem uma partida menos, ainda que vença as cinco restantes fecharia com os mesmos 72 pontos, mas com uma vitória a menos: 22 a 21.
Ou seja: o Palmeiras também enfrenta o Fortaleza no Castelão e o Cruzeiro em Belo Horizonte, tendo entre eles dois jogos contra América/MG e Fluminense. Nada demais prever um tropeço no meio do caminho. O Botafogo, portanto, precisa apenas confiar na montagem do sistema que lhe fez um ponto fora da curva em 2023.