Que loucura
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (16)
Partiu de Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo e hoje membro do Conselho dos Grandes Beneméritos, a proposta inusitada e bem-humorada encaminhada ao presidente do órgão consultivo do clube. Em reunião ordinária da noite de segunda-feira (14), o ex-dirigente apresentou proposta de alteração estatutária, sugerindo a inclusão de exame psicotécnico antes da contratação de “qualquer profissional, em cargo de comando”.
O objetivo, evidentemente, era direcionar os holofotes sobre a agressão até hoje mal digerida envolvendo o ex-preparador-físico Pablo Fernandez e o artilheiro Pedro, ocorrida há 18 dias.
Mal sabia Kleber que menos de 24 horas depois de seu pronunciamento um novo episódio de violência viesse à tona, agora com a troca de sopapos entre o lateral Varela e o meia Gerson, resultando na fratura do nariz do primeiro.
Evidentemente, não há nada de engraçado nisso – e nem me parece ter sido essa a intenção do benemérito.
Subliminarmente, a sugestão chama atenção para um fato que parece ter passado dos limites: o futebol do Flamengo está sem comando, com a gestão do elenco entregue a um treinador indecifrável e de péssima relação interpessoal com os jogadores.
Pior: sob o olhar frouxo de Marcos Braz, o vice, e de Bruno Spindel, o executivo (sic) da pasta.
Desarmonia
O time recebe o Grêmio hoje pela semifinal da Copa do Brasil envolvido no clima de desarmonia e incertezas. Será desclassificado por causa deste episódio? Não creio. O Flamengo tem a vantagem de dois gols construída no confronto em Porto Alegre e se perdê-la não será exclusivamente pelo fato de dois de seus jogadores terem trocado socos no treinamento da véspera.
Mas, como não é um episódio isolado, o caso reforça a falha na estrutura do departamento. Não é normal que um profissional da comissão técnica, o segundo na hierarquia, agrida o artilheiro do time em pleno vestiário após uma partida.
E também não é aceitável que duas semanas depois conflitos internos voltem a ser assunto. Por certo, os insucessos já acumulados em 2023 não foram à toa.