O plano de voo
O Botafogo estreia esta noite na Série B e o jogo contra o Vila Nova, em Goiânia, traz de volta a lembrança do que é fazer uma boa campanha no andar de baixo do Brasileiro.
Nas dez primeiras rodadas da competição, o time de Renê Simões venceu sete jogos, empatou dois e perdeu um.
Abriu com vitória fora sobre o Paysandu (1 a 0), goleou o CRB no Nilton Santos (4 a1) na rodada seguinte e depois segurou o empate com Figueirense (2 a 2) e Atlético/GO (0 e 0), também nos estádios dos adversários.
E lembro bem que o primordial para o retorno à Série A não foi a montagem de um time de qualidade superior. Importante no trabalho coordenado por Antônio Lopes foi a organização de um ambiente saudável, manutenção dos salários em dia e o apoio da torcida.
René Simões levou o time até a 12ª rodada e caiu após a derrota de 1 a 0 para o Figueirense, no Rio, com eliminação na Copa do Brasil. Jair Ventura comandou a equipe no jogo da 13ª rodada e Ricardo Gomes conduziu o clube ao título.
Por certo, a corrida este ano tende a ser mais difícil com a presença de outros quatro campeões Brasileiros — Coritiba, Cruzeiro, Guarani e Vasco.
Mas a julgar pelas campanhas nas últimas seis edições do campeonato, o time não precisa de muito para voltar à divisão principal — e esta conta vale também para o Vasco, que estreia amanhã de manhã, recebendo o Operário/PR, em São Januário.
Para chegar na quarta colocação, a média de pontos dos quartos colocados é de 62 pontos, com 17 vitórias.
Não é regra – o Atlético/GO, por exemplo, garantiu a quarta vaga com 15 vitórias, em 2019. Significa superar os adversários em 39% dos jogos. Mas o rendimento mínimo para subir à Série A costuma girar em torno dos 54%, com vitórias em 45% dos jogos.
E este é o número mágico para botafoguenses e vascaínos. Porque os alvinegros têm até aqui um aproveitamento de 47% em 17 jogos (15 do Estadual e dois da Copa do Brasil) e um percentual baixo de vitórias — 35,2%.
Os cruz-maltinos têm 52% de desempenho na soma dos pontos disputados, mas o índice de vitórias é de 41%, abaixo, portanto, do mínimo sugerido.
Ou seja: os dois times cariocas precisam melhorar de rendimento, algo que se espera com a chegada dos reforços recém-contratados. Botafogo e Vasco precisam vencer pelo menos a metade dos confrontos contra adversários que vivem realidades semelhantes.