O G-4 oculto
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Disputado um terço das 38 rodadas da Série A, já é possível olhar para a tabela do Brasileirão e enxergar sinais que os pontos ganhos escondem em edições embaçadas pelos jogos adiados. E numa competição equilibrada, capaz de ser severamente afetada pela janela para registros de novos jogadores que só fecha em setembro, dois parâmetros me chamam atenção: o número de gols sofridos e o de derrotas - se possível, conjuntamente.
As 19 edições do campeonato por pontos corridos com 20 clubes, mostram que uma característica marcante nos times campeões é a de não sofrer mais de um gol por jogo. Isso só foi quebrado nas edições de 2009 e 2020, ambas pelo Flamengo, respectivamente, com 44 e 48 gols.
O campeão é também, quase sempre, o que menos perde, variando entre três e oito derrotas em 38 jogos. De novo: só Flamengo (2009 e 20) e Corinthians (2011) levaram com mais - nove.
Ter um sistema defensivo sólido é um diferencial relevante, como nos mostrou o Chelsea na Copa do Mundo de Clubes. Ou até o Fluminense, que faz o clássico deste domingo (20) com o Flamengo. Ingleses e tricolores chegaram longe por terem encontrado a estratégia certa entre defesa e ataque. E nos pontos corridos, gols contra e número de derrotas são ótimos balizadores para, no curso da competição, identificar prováveis candidatos ao título.
A tabela de classificação da Série A mostra que, apesar de estarem, respectivamente, na quinta e na sexta colocações, Palmeiras e Botafogo são dois times até aqui com performance comparáveis as de Cruzeiro e Flamengo.
Não pelos pontos somados, mas por terem sofrido, em média, menos de um gol por jogo - os paulistas, nove em 12; os cariocas, sete em 13. Lembrando que líder e vice-líder têm nove (Cruzeiro) e cinco (Flamengo) gols sofridos.
Não quer dizer que Bragantino e Bahia, mesmo na terceira e na quarta colocações, estejam só fazendo figuração no G-4. O que vale também para Fluminense e Atlético/MG, respectivamente, na sétima e na oitava posições. Mas são indicativos relevantes. Não sabemos se o Botafogo de Davide Ancelotti terá consistência defensiva ou como reagirá o Palmeiras de Abel Ferreira sem Estevão. Mas são estes os mais fortes concorrentes de Cruzeiro e Flamengo - ao menos, por ora.
FLA x FLU: o confronto dentro de campo é pano de fundo: as atenções do clássico estão voltadas para a presença de Pedro no banco de reservas do Flamengo, ao lado de Filipe Luis.
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