Luiz Henrique foi anunciado oficialmente pelo Botafogo em transação que deve movimentar cerca de 20 milhões de euros |  Foto: Divulgação / Real Bétis

Luiz Henrique flertou com o Flamengo, namorou o Fluminense e vai se casar com o Botafogo. Resta saber se os 20 milhões de euros (R$ 106,6 milhões) pagos ao Bétis, da Espanha, pelo Grupo Eagles, do americano John Textor, serão somados ao patrimônio da SAF Botafogo. Ou se os direitos econômicos do cobiçado ponta de 23 anos serão um ativo que o Lyon, da França, também de propriedade de Textor, cederá ao Botafogo até o meio do ano.

Disso saberemos ao certo quando a SAF alvinegra divulgar ao menos como foi, de fato, a operação de transferência de Jeffinho para o mesmo Lyon em janeiro de 2023.

São os novos tempos que a ‘Era SAF’ nos traz. O conceito dos “multiclubes” já tão peculiar na Europa ainda carece de maior entendimento por aqui, fruto, talvez, da pouca transparência.

Por ora, sabemos apenas que a carência maior do time de Tiago Nunes não está nas extremidades do campo.

Neste setor, o técnico já tem Savarino e Junior Santos, para a direita, e Jeffinho e Victor Sá para a esquerda. E não faço juízo de valor sobre a qualidade dos jogadores.

Como me alertou um amigo botafoguense, Luiz Henrique talvez seja melhor do que outros quatro, mas não supre a atual carência do time.

Urgência

O Botafogo precisa urgentemente de um meia capaz de organizar as jogadas ofensivas, função que Eduardo cumpriu muito bem na primeira metade da temporada passada. De agosto em diante caiu de produção e levou com ele o melhor que havia em termos de ataque.

Entendo e aceito as ideias de jogo forjadas com base numa trinca de volantes que dê sustentação aos três homens de frente, com dois deles fazendo o papel de ponta com dupla função, mas considero fundamental a presença de um articulador que trabalhe as conexões. E essa é a maior deficiência do Botafogo.

Sensação

Portanto, me soa estranho o fato de os alvinegros na quinta (25) não terem festejado a notícia da mais cara contratação da história do clube. Pelo o que percebi, ficou para os alvinegros a sensação de que John Textor fechou uma operação visando reforçar o time francês no meio do ano.

Quando, na verdade, a ideia parece ser mesmo fazer de Luiz Henrique um trunfo para reconectar clube e torcida - o que não o impede de mais adiante voltar ao futebol europeu. Vejamos.