O espelho…
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (08)
O 1 a 0 do Vasco sobre o Botafogo, em São Januário, comprovou algo já observado: enquanto o alvinegro interpretar o papel de protagonista, assumindo a obrigação de vencer os confrontos, o risco dos tropeços será sempre maior do que a chance de vitória. Nos últimos dez jogos, a partir do clássico com o Flamengo, a ansiedade minou a energia e o time que chegou a liderar a Série A com 13 pontos de vantagem, somou oito dos 30 pontos disputados.
Foram duas vitórias nos últimos dois meses, ambas como visitante, em jogos contra Fluminense e América/MG. Partidas em que o time soube tirar proveito do ímpeto do mandante.
De lá pra cá, fez quatro jogos no Rio e até como visitante tropeçou na desnecessária pressão que a liderança lhe impôs.
Bastava reforçar o meio, fechar os corredores laterais com os pontas e usar a vantagem na tabela como estratégia para abrir espaços no campo adversário, não ao contrário.
Isso é muito claro e ainda pode ser corrigido, a tempo de evitar o fiasco pleno. Mesmo com a permanência de Lúcio Flávio, que tem sido criticado pela passividade.
Essa história de não fazer substituições durante o intervalo das partidas mais denota insegurança do que ação estratégica.
Rever o plano de jogo com a bola rolando, renovar a energia e enxergar formas de explorar fraquezas exibidas pelo oponente nos primeiros 45 minutos são movimentos fundamentais.
A troca de treinador, a esta altura, me parece desespero. O que não impede o reforço na estrutura. Um coordenador, talvez. Alguém com experiência e sabedoria. Na prática, o título ainda está nas mãos do Botafogo. Mas não pode sofrer sete gols em quatro jogos.
O polêmico gol do Cuiabá na derrota por 1 a 0 e os quatro sofridos na inacreditável virada do Palmeiras depois de estar vencendo por 3 a 0, em pleno Nílton Santos, saíram da desarmonia no sistema defensivo. Nada além.
Contraponto
Estes dois jogos no “tapetinho” escreveram o roteiro para o confronto com o Vasco, que tem jogado de forma coerente com suas limitações: fechado, reativo e concentrado na missão defensiva.
E a vitória que reposicionou o clube de São Januário, temporariamente, fora do Z-4 foi mais uma prova da maturidade do time de Ramón Díaz.
São quatro gols sofridos nos sete últimos jogos e o bom rendimento, fruto da entrega coletiva, responde pela momentânea recuperação do time na tabela.