O drible
Confira a coluna desta sexta-feira (20)
O Conselho Deliberativo do Vasco se reunirá na próxima segunda-feira (dia 23), na Lagoa, para aprovar o pedido de Recuperação Judicial (RJ) do clube, incluindo sua SAF (Sociedade Anônima do Futebol) criada em 2022. No jargão popular, é um pedido de falência. Nos meandros comerciais, é só a forma de avisar aos credores por meios judiciais que a partir de 2025 reinará o famoso “devo não nego, pago como (e quando!) puder...”
O advogado Alan Belaciano, um dos fundadores do grupo político “Sempre Vasco”, e hoje presidente da Assembleia Geral, disse ontem a beneméritos que a medida estudada a fios com a consultoria da Álvares & Marshall viabilizará a gestão econômica do Vasco. E que a curto prazo é a única forma de manter a competitividade do time que disputará a Copa Sul-Americana já no início do ano.
Os passos na Justiça estão bem estruturados: o clube conseguiu na 4ª Vara Empresarial do Rio a suspensão dos efeitos das ações de penhora e bloqueio financeiro. No mesmo ato, obteve suspensão temporária do recolhimento de R$ 4 milhões mensais destinados ao Regime Centralizado de Execuções (RCE). Agora, fecha o plano com a RJ estimando reduzir sua dívida de R$ 1,2 bilhão em mais de 50%.
Nas palavras de Belaciano aos beneméritos, o Vasco tem mais de R$ 250 milhões de dívidas de curto prazo que, sem o pedido de RJ, só poderiam ser pagas com a venda das ações da SAF. Com a medida, o clube planeja pagar a credores apenas R$ 1,5 milhão no primeiro ano (2025); R$ 5 milhões no segundo (2026); e R$ 10 milhões no terceiro (2027). Um escalonamento que desafoga a gestão e viabiliza o clube.
As negociações com o milionário grego Evangelos Marinakis, dono do Olympiakos, seguem em fluxo normal – nem tão adiantadas, como os vascaínos anseiam, nem morosas, como alguns apregoam. Mas o foco está na viabilidade do ano operacional. O Campeonato Carioca inicia na segunda semana de janeiro e o time ainda está sem treinador, com indefinições no elenco e sem perspectiva clara de suas metas.
O técnico Fábio Carille gostou do projeto que lhe foi apresentado após a recusa de Renato Gaúcho e é mesmo o mais provável a assumir o cargo. A partir do avanço das negociações, vazaram os acertos para chegada do zagueiro Lucas Silva, do Palmeiras, que estava emprestado ao Juventude, e do meia Tchê Tchê que não ficará no Botafogo. Nada mal para quem se diz falido...