O coadjuvante
Coluna foi publicada nesta segunda-feira (11)
Gilmar Ferreira
Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
Por mais que estejamos falando de seleção brasileira, coletivo que, ao menos em tese, simboliza a reunião dos melhores jogadores do mundo, há um gargalo que Fernando Diniz terá de resolver: a falta de um nove com poderes de super-herói para empurrar a bola na direção do gol nos momentos mais indigestos. A ser mais exato: como faz German Cano no Fluminense que ele mesmo dirige há mais de um ano.
Poderia citar aqui times e seleções que retratam a relevância de um artilheiro, aquele tipo indiscutível, a servir de referência ao sistema. E não restrinjo o sucesso do trabalho à presença deste especialista.
Mas é impossível não olhar para trás e tentar extrair da história da própria seleção brasileira o caminho para a sucesso. Especificamente, com relação à afinidade e à eficácia ofensiva ao se combinar os estilos.
Está no DNA da seleção desde Ademir Menezes e Zizinho, nos anos 40 e 50, fundamentalmente nas Copas conquistadas à partir de 58. Mas falemos de 70 em diante, tendo Pelé e Tostão como exemplo, dupla cuja sintonia se reflete na média de 0,72 gol por jogo - (Pelé 0,85: 77G/91J; e Tostão 0,59: 32G/54J). Romário e Bebeto, a de 94, soma 0,65 (Romário 0,79: 55G/70J; e Bebeto 0,52: 39G/75J).
No último Mundial conquistado pela Brasil, em 2002, Ronaldo e Rivaldo já não tinham o mesmo patamar, mas ainda assim terminaram suas trajetórias registrando a média de 0,55 gol por jogo (Ronaldo, 0,63: 62G/98J; e Rivaldo 0,47: 35G/75J). É possível lamentar a eliminação nas Copas de 98 e 2006, quando a seleção tinha duplas, trios e até quartetos fantásticos, e o máximo que conseguiu foi o vice na França.
Mas, por outro lado, o prisma nos ajuda a entender as quedas no Mundiais de 2010 e 2014, quando faltou à seleção a tal dupla que nos garantisse em termos ofensivos.
É algo muito sútil, de complexidade relativa, em sei, mas está gravado na história da seleção brasileira. Com imensa relevância nas maiores conquistas. E este, a meu ver, é o maior desafio do treinador da seleção, seja ele quem for.
Na “era Tite”, ou nos últimos oito anos incompletos, a tentativa de dar este “parceiro” a Neymar fez de Richarlison (0,44: 20G/45J) o mais eficiente coadjuvante. O segundo é Gabriel Jesus (0,32: 19G/60J) que já esteve presente, inclusive, em duas Copas. Mas, aos 26 anos, os dois não conseguem a regularidade esperada. Taí um desafio particular para o treinador que costuma operar grandes transformações.
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