O carrossel de emoções
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (16)
Pelo encaixe do seu jogo diante de um adversário pobre em ideias, o 2 a 1 do Botafogo sobre o Palmeiras na noite de terça-feira (14), no Nilton Santos, deixou a sensação de que o playoff das oitavas da Libertadores poderia já ter sido encaminhada nos 90 minutos iniciais. A mobilidade do quarteto ofensivo do time de Arthur Jorge, com Savarino, Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus trocando de posições com constância e se associando com qualidade, deu trabalho ao sistema defensivo de Abel Ferreira.
Mais até do que isso: gerou a impressão de superioridade técnica e tática sobre um adversário que há quase dez anos renova seu elenco, mas mantém as características competitivas.
E que, não à toa, estava invicto na Libertadores há 17 confrontos. O Palmeiras impressiona pela capacidade de se regenerar e tenho a sensação de que, independentemente do sucesso neste playoff, o time paulista sairá dele mais forte para a disputa do título do Brasileiro com o próprio Botafogo, Flamengo e Fortaleza.
O placar final da primeira parte do confronto acabou sendo fiel ao que os times apresentaram. O Botafogo foi mais eficaz, saiu em vantagem, mas é o duelo final, agora na Arena Parque, em São Paulo, na próxima quarta-feira (21), que trará as respostas definitivas.
E não vejo favorito. Prefiro aguardar pelas possíveis consequências físicas e emocionais que os clássicos de domingo, pelo Brasileiro, trarão aos times já desgastados pelo calendário.
O Botafogo, novamente em casa, terá de conter o Flamengo do questionado Tite na corrida pela liderança. E o Palmeiras recebe o aspirante São Paulo tentando se manter na disputa pelo título com os dois cariocas.
É a tal corrida maluca que transforma o segundo semestre dos principais clubes brasileiros num caldeirão de emoções. Saber escolher a meta principal, dosar a energia dos jogadores e manter-se competitivo até dezembro não é tarefa fácil. No fundo, eles sabem: tudo, não terão.
Na real
A entrevista do diretor financeiro da SAF do Vasco, Raphael Vianna, ao podcast “Sports Market Makers”, deixou claro que o clube associativo não tem recursos financeiros e precisa, com urgência, revender os 31% das ações da empresa, antes comprados pela 777 Partners, agora em poder da seguradora A-Cap.
O plano é de médio & longo prazo, e a meta, hoje, é mesmo manter-se na parte de cima da tabela do Brasileiro.