Num outro patamar....
Há uma diferença acentuada entre o time do Botafogo de Marcelo Chamusca e o do Moto Club/MA dirigido por Marcinho Guerreiro. E ela explica o sonoro 5 a 0 na estreia na Copa do Brasil, na noite de quarta-feira, no Castelão, em São Luís. Significa dizer que o Botafogo, ainda em fase de montagem, teve personalidade para se fazer protagonista diante de um adversário da Série D do Brasileiro. Convenhamos, já é um bom sinal.
Como na vitória de 3 a 0 sobre o Resende, em seu segundo jogo do Campeonato Carioca, o novo time teve linhas organizadas e jogadas coordenadas pelo lado do campo. Ênio, na direita, e Warley, na esquerda, foram sempre as melhores opções para fazer a bola chegar ao gol adversário, embora a classificação tenha sido encaminhada com dois gols de bola parada.
O primeiro em falta cobrada por Pedro Castro, logo aos dois minutos, e o segundo em pênalti sofrido e batido por Matheus Babi, aos 30. A partir de então, foi importante que Marcelo Chamusca não permitisse que a falsa impressão do dever cumprido tirasse o foco.
Ele reclamou da ineficiência de alguns, cobrou seriedade de outros e se impacientou com escolhas erradas na fase ofensiva.
Queria um placar que expressasse a diferença entre os times e foi atendido com gols de Ênio, Warley e Matheus Frizzo. Tudo dentro do esperado. Ou seja: independentemente do potencial dos adversários, o sistema de jogo do novo Botafogo sugere cuidado maior com a proteção da defesa. Mas chama a atenção pela tentativa de transição ofensiva veloz pelos lados do campo.
O time ainda sente falta de um bom articulador, o padrão não preza pela estética das grandes equipes, mas já são três jogos sem ser vazado e oito gols marcados.
É cedo para a análise do desempenho individual das caras novas porque o importante, neste momento, é a sequência de bons resultados que ajudem o clube a fortalecer o trabalho e recuperar a autoestima coletiva – jogadores e torcida.
Se confirmados, o retorno de Joel Carli e o acerto com Felipe Ferreira ajudarão muito – um pela personalidade e ascendência sobre os companheiros, o outro pela versatilidade na fase ofensiva. Mas, sobretudo, porque eles deixarão o elenco mais bem fornido, aumentando a competição interna, uma das mazelas do elenco em 2020.
Em meio a tantos desencontros entre “expectativa e realidade”, o reencontro do Botafogo com as vitórias insofismáveis renovou a esperança de dias melhores. Ao menos para os alvinegros...