Minhas impressões
Coluna foi publicada nesta segunda-feira (18)
Dezoito anos depois, o Estadual do Rio de Janeiro terá na final um clube formador - antes chamado de pequeno. O Nova Iguaçu tirou proveito da fragilidade do Vasco e repetirá o feito do Volta Redonda, em 2005, e o do Madureira, em 2006. Um sofrimento a mais para os vascaínos? Sim, mas com a estranha sensação de alivio. A eliminação evita o confronto com um Flamengo que não sofre gol há onze jogos, e esbanja eficácia.
O “Laranjinha” estruturado por Carlos Vitor chega à final com oito vitórias em 13 jogos, duas delas sobre o Vasco.
Flamengo 0 x 0 Fluminense
Era mesmo difícil para o time de Fernando Diniz virar o jogo que perdia por 2 a 0 sendo o conjunto de Tite, hoje, o mais ajustado do futebol brasileiro.
E ajustado num nível técnico altíssimo, o que só reforça a quão equivocada foram as tomas de decisão da diretoria na virada de 2022 para 2023.
O ex-treinador da seleção e sua comissão experiente e entrosada puseram ordem e disciplina na casa, o elenco recebeu reforços pontuais e fizeram do Flamengo um time diferente.
É virtuoso, mas impressiona pela forma como se defende, compactado, desde o campo de ataque. No geral, Diniz não dispõe de peças da mesma qualidade.
E ainda que o plano de trabalho não tivesse sido tão acidentado desde a Mundial de Clubes, ele mesmo se perdeu no processo de revitalização do time. Soberbo e irascível, deu outra entrevista ruim, mostrando agressividade com as palavras e intolerância com as críticas. Todas elas justas e pertinentes.
Nova Iguaçu 1 x 0 Vasco
Em 270 minutos de bola rolando neste Estadual, o time de Ramón Díaz fez um gol e levou quatro. Isso diz muito, não é mesmo? O Vasco ficará foras das finais do Estadual pelo quinto ano seguido, mas essa eliminação, embora doída, deve ser vista como um importante sinal de alerta. Porque a pobreza ofensiva do projeto esportivo gerido por Alexandre Mattos salta aos olhos.
E é bom que o executivo trazido pela 777 pela fama de “construtor de bons elencos” seja cobrado pelo pífio trabalho que faz até aqui. Porque o Vasco segue inconsistente e inconfiável, carente de jogadores de velocidade pelo lado do campo e dependente das bolas cruzadas para seu artilheiro.
O Nova Iguaçu, de Carlos Vitor, soube tirar proveito da limitação adversária, mesmo no Maracanã apinhado de vascaínos.