Identidade tricolor
Coluna foi publicada no domingo (09)
É no conjunto das ações que se percebe o quanto o Fluminense passou a ser um clube mais feliz a partir das apostas em jogadores mais experientes, vitoriosos e renomados. E o retorno de Thiago Silva, levando mais de 50 mil torcedores ao Maracanã na noite de sexta-feira (07) só para saúda-lo, comprova isso. Foi a resposta mais emblemática que a torcida tricolor poderia dar a quem ainda duvida da satisfação dela com a política de formação de times competitivos implantada já há alguns anos nas Laranjeiras.
A seis meses de completar dez anos do término da parceria com a Unimed, o clube mostra vigor competitivo convivendo com uma dívida que, segundo balanço de 2023, publicado recentemente, já ultrapassa os R$ 800 milhões.
Os muitos que previram o caos do Fluminense com o fim da “Era Unimed” erraram feio: de 2015 em diante, clube construiu um CT para os profissionais, melhorou as instalações da base instalada no “Vale das Laranjeiras”, em Xerém, ganhou dois títulos estaduais e uma inédita Copa Libertadores.
Nos últimos quatro anos, o clube repatriou os ídolos Fred, Marcelo e Thiago Silva, todos do chamado “Sub 40”. E acolheu Felipe Mello, Fábio, Cano, Keno, David Braz, William Bigode, Douglas Costa, Renato Augusto em meio a outros “trintões” menos coroados.
O que para muitos soa como motivo de chacota, para o Fluminense serve como anabolizante da política de formação de novos valores. Pois eu pergunto: quanto vale para os jovens zagueiros do elenco treinar e jogar ao lado de Thiago Silva, um dos melhores da posição?
Mesmo com seus 40 anos que serão completados em setembro, o “Monstro” agregará qualidade na saída de bola, conhecimento tático, liderança no vestiário e valor institucional.
O que já eleva a autoestima dos tricolores de distintas gerações, antes ressabiados com a campanha do time no Brasileiro.
Ouso dizer que o zagueiro é até aqui o principal reforço para as oitavas da Copa Libertadores que será disputada em agosto. O time de Fernando Diniz tem outras carências, mas a principal estará sanada em breve.
E é uma pena, sob a ótica tricolor, que Thiago Silva só possa estrear após a abertura da janela de registros, em julho. Porque o time que enfrenta o Botafogo no Nílton Santos, nesta terça-feira (11), tem média de quase dois gols sofridos por jogo (1,8). Preocupantes 13 em sete rodadas.