Renato Portaluppi é um dos mais bem-sucedidos treinadores da atual geração, embora não tenha ainda um título do Campeonato Brasileiro. E a importância desta conquista não é outra, senão a prova de que o trabalho sustenta o longo prazo, algo que em pouco mais de 15 anos de carreira ele só conseguiu mesmo no Grêmio.

No clube gaúcho, fez a torcida festejar ao menos um título por ano, pôs nos cofres cerca de um bilhão de reais com a venda de jogadores vindos das divisões de base, conquistou copas nacional e continental e mediu forças com o poderoso Real Madrid de Cristiano Ronaldo, numa final de Mundial de Clubes. Em tese, é o que se espera de um treinador de futebol.

Sem vínculo contratual, Renato é hoje o “fantasma” que atormenta os treinadores dos grandes clubes do país. E eu incluiria até o próprio Tite, que já não tem o manto sagrado da popularidade à frente da Seleção Brasileira.

Aos 57 anos, mesmo sem ter a aura de um personagem inquestionável, Renato é o “herói” disponível no mercado interno.

E, não duvidem, será o nome que muitos torcedores irracionalmente lembrarão quando os treinadores de seus clubes tropeçarem por mais de duas rodadas no Brasileirão que se inicia na semana que vem. Ainda que seu estilo de gerir o elenco esteja um pouco fora do protocolo acadêmico.

E esta talvez seja uma das barreiras que o afastam dos clubes mais estruturados. Talvez. Era, inclusive, uma das queixas dos gremistas. Renato tomou para si a gestão do departamento de futebol do clube, despachando diretamente com o presidente Romildo Bolzan e enquanto ganhou um título a cada seis meses pouco se questionou a tutela.

Bastou o revés na última edição da Copa do Brasil e o fiasco na fase pré da Libertadores para o todo ser reavaliado.

Nos últimos três meses, antes até do distrato de Renato com o Grêmio, seu agente se sentou para ouvir propostas de Atlético/MG, Santos e Corinthians. Nada feito. O treinador é exigente e quer mais do que um emprego. Na verdade, Renato quer o Flamengo. Mas não tem pressa.
Rogério Ceni pode trabalhar com tranquilidade.

Destaque

Destacar os melhores jogadores de uma edição do Campeonato Carioca é a cada ano tarefa mais ingrata. Os grandes clubes viram a necessidade de disputá-la com times alternativos e isso, sem uma campanha promocional, esfria um pouco o interesse.

Mas, vamos lá: Marcos Felipe (Flu), Oliveira (VR), Nino (Flu), Lucas Claro (Flu) e Filipe Luís (Fla); Mauro Silva (Lusa), Gerson (Fla) e Arrascaeta (Fla); Alec Manga (VR), Gabriel Barbosa (Fla) e Cano (Vasco). Técnico: Felipe Suruan (Lusa). Craque: Arrascaeta (Fla). Revelação: Kayky (Flu).