Eterno duelo
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (23)
Ainda impactado pela adrenalina gerada no segundo jogo do playoff entre Palmeiras e Botafogo, e passado o entusiasmo com a classificação dos alvinegros, volto minhas atenções para o Brasileiro e começo a crer que o time de Abel Ferreira está mais vivo do que se imagina na luta pelo terceiro título consecutivo da Série A, feito que só o São Paulo do paulista Muricy Ramalho conseguiu com as conquistas do São Paulo entre 2006 e 2008 em 52 edições disputadas.
Cá para nós, o feito seria um justo e merecido prêmio ao treinador que está à frente do Palmeiras desde de 2020, acumulando conquistas no estado, no país e no continente.
Sempre renovando o elenco, construindo equipes competitivas e revelando talentos para o clube. Um trabalho que superou o ano magnífico que o conterrâneo Jorge Jesus deu ao Flamengo entre 2019 e 2020, exigindo dos clubes rivais uma nova forma de estruturar a montagem de elencos.
A passagem de JJ foi de fato brilhante, mas é este trabalho longínquo, eficiente e vitorioso que fez com os clubes brasileiros assumissem o desafio de buscar no exterior profissionais com outra leitura de jogo, um jeito diferente de trabalhar o mental de seus jogadores e uma abordagem mais interessante.
Sucesso
Calçado no sucesso de Abel, o Fortaleza dobrou a aposta no trabalho de Pablo Vojvoda e outros clubes se abriram para outros mercados.
Ninguém me tira da cabeça de que foi se espelhando no sucesso do Palmeiras com o treinador formado pelo Braga que John Textor formatou seu projeto de refundação do Botafogo.
Primeiro com Luis Castro, hoje na Liga Árabe, e agora com o patrício Artur Jorge, treinadores de uma escola que valoriza o jogo sem desumaniza-lo.
Jorge Jesus, Luis Castro, Abel Ferreira, Artur Jorge e, por que não, Pedro Caixinha são de longe o melhor que houve por aqui nos últimos cinco anos.
O que Palmeiras e Botafogo fizeram no Allianz Parque no empate em 2 a 2 que classificou o time carioca às quartas da Libertadores foi mais do que se esperava: protagonizaram um belo jogo de futebol, em confronto cheio de nuances táticas, superação mental e altíssimo ritmo.
Um jogo que ficará arquivado na memória afetiva de alvinegros e palmeirenses por muitos anos — talvez, para sempre.