Ensina, Uefa
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (19)
A primeira rodada da Eurocopa terminou nesta terça-feira (18) na vitória de Portugal, por 2 a 1, de virada, sobre a seleção da República Tcheca, em Leipzig. E após os primeiros 12 jogos, é possível dizer que o grande destaque do torneio até aqui foram os árbitros de vídeo. O VAR da Uefa, pouco intervencionista, ágil e assertivo, tem mostrado a utilidade da tecnologia implantada para evitar as aberrações às regras do jogo.
E não para apitar as partidas, criando novas interpretações para os lances duvidosos e contaminando algo criado apenas para evitar os erros crassos e incontestáveis.
No Brasil, a recomendação para o uso do VAR leva em conta a tese da “máxima eficiência, com mínima interferência”. E aí, o que vemos? Interpretações das mais variadas para lances idênticos, evidenciando a falta de critério e desmoralizando a tecnologia.
Na era pré-VAR, as críticas pairavam sobre os árbitros, mas com as salvaguardas do olhar humano e dos milésimos de segundo para a melhor tomada de decisão.
Com adoção da ferramenta na era da inteligência artificial, intensificou-se a discussão sobre resultados manipulados e desqualificou-se a eficiência da tecnologia.
Na última sexta-feira (14), antes de a bola rolar para Alemanha x Escócia, o diretor de arbitragens da Uefa, Roberto Rosetti, anunciou que as novas medidas para uso do VAR no torneio visavam diminuir as intervenções dos árbitros de vídeo. E justificou, acrescentando que além de não interferir no ritmo de jogo a Uefa tinha por objetivo “ter um quadro de árbitros com personalidade forte, que assumissem decisões, às vezes impopulares”.
Que é o que falta à arbitragem brasileira: autonomia para apitar o jogo no campo e amparo apenas para os lances de erros crassos.
Tudo bem que as decisões do VAR da Eurocopa são facilitadas pela tecnologia do “connected ball”, criada pela Adidas. Ela oferece visão grande angular da bola, detalhando os movimentos.
O chip no interior da esfera emite em tempo real as informações que árbitros de campo e de vídeo precisam para tomar decisões. E isso gera segurança. Tanto, que os jogadores foram proibidos de questiona-los, e só os capitães podem se comunicar com eles. Mesmo assim, com a missão de evitar que os companheiros se dirijam à arbitragem.
Não é formidável?