Em baixa no Flamengo, Gabigol vê sua média de gols cair a cada ano |  Foto: Reprodução/X

Em 2019, no seu primeiro ano de Flamengo, Gabriel Barbosa marcou 43 gols em 59 partidas do clube - média de 0,72, ou um gol a cada 1,37 jogo. Em 2020, mesmo às voltas com problemas no tornozelo, fez 20 em 31 jogos - média de 0,64, ou de um gol a cada jogo e meio. E no ano seguinte, 2021, animado com a chance de disputar a Copa do Mundo no Catar, voltou a crescer e balançou as redes 41 vezes em 57 confrontos - média de 0,71 gol por jogo, quase um a cada duas horas de bola rolando.

Algo houve com o hoje camisa 10 e ídolo maior da torcida do Flamengo. Suas duas últimas temporadas são abaixo da crítica. Em 2022, ele fez 29 gols em 66 jogos - média de 0,46 por partida, ou um a cada 2,27 jogos. É quase como se tivesse levado três horas de confronto para fazer um gol.

Dificuldade que agora se repete. Gabriel participou de 47 partidas na temporada, marcando apenas 20 gols. E a média de 0,42 gol por jogo, equivale a um a cada 2,35 jogos disputados - superior, portanto, a três horas de intervalo.

Justificar
O que de fato justificaria a queda de produção do outrora goleador rubro-negro eu não sei dizer. Mas há tempos se percebe a mudança no comportamento do jogador que só de salários custa mais de R$ 2 milhões mensais ao Flamengo.

Renato Gaúcho teve dificuldades para enquadrá-lo em 2021; Paulo Sousa mudou sua posição para fazê-lo mais atuante, Dorival Júnior fez o que pôde para dar relevância a seu papel e Vítor Pereira recebeu dele menos do que precisava para se estabelecer no comando.

Gabriel tem um gol nas últimas oito partidas em que esteve em campo com a 10 do Flamengo (ressalto: a sagrada camisa 10 envergada por Zico!) e, conforme o portal GE mostrou, é o segundo jogador mais advertido do futebol brasileiro nesta temporada - 16 cartões (15 amarelos e um vermelho) em 3.720 minutos de presença em campo. Só perde para o atleticano Hulk, que tem 19 (18 amarelos e um vermelho) em 3.726 minutos de participações nos jogos. É, de fato, uma mudança bem estranha.

A esperança dos rubro-negros é de que Gabriel Barbosa honre a fama de artilheiro nas decisões e faça nos dois jogos finais da Copa do Brasil, contra o São Paulo, os gols que o fizeram ídolo do clube.

Caso contrário, o mais identificado astro rubro-negro, entre os não revelados pelo clube, estará jogando fora a capa que o protege das cobranças. Porque como dizia Romário em seus momentos de jejum, “o gol tem o poder de purificar um artilheiro…”