Descrença
Coluna foi publicada no domingo (04)
Incomoda aos vascaínos a simples sensação de que, apesar da venda de 70% das ações da SAF para o grupo americano 777 Partners, o clube segue longe de retomar o patamar desejado. E é um incômodo que se transforma em frustração toda as vezes que o time se confronta com o maior rival. Como no Vasco x Flamengo deste domingo (04), no Maracanã. O abismo técnico que separa os dois times segue sendo gritante.
Passados os primeiros 30 dias do novo ano ainda não foi possível perceber grandes mudanças no futebol do Vasco. Saiu Paulo Bracks, chegou Alexandre Mattos, ok.
Mas dos seis novos jogadores adquiridos, quatro não entraram em campo. Ou seja: se são reforços ainda não se pode dizer. O que pôde ser visto até agora foi a venda de Gabriel Pec e Marlon Gomes. Transações que, juntas, renderam R$ 113 milhões à 777.
Semana conturbada
Nesta semana tão conturbada para as pretensões do técnico Ramón Díaz, com um só ponto somado em seis disputados e perda do meia Paulinho para o restante da temporada, a direção do Vasco SAF conseguiu dar um passo adiante.
Fonte muito bem informada revela que houve consenso sobre a necessidade de antecipar decisões programadas para julho. Isso significa nova ida ao mercado nesta janela.
Há carências, já se sabe, mas a preocupação maior é com a fase ofensiva. E a melhora no nível de competitividade do elenco foi condição fundamental para a permanência do treinador.
Ramón cobra por opções e começa a se incomodar por estar de novo às voltas com limitações que exigiu não mais ter de enfrentar. Mattos anda visivelmente desconfortável e tem manifestado tal coisa nos bastidores do mercado.
É bom lembrar, no entanto, que a transformação do departamento de futebol em SAF não foi uma opção, foi solução emergencial.
Agonizou
O clube agonizou por anos sem encontrar saídas de curto e médio prazo para sanear as finanças. Sem crédito para manter um time competitivo, caiu três vezes em oito anos. E quando parecia no caminho de uma reestruturação financeira, caiu de novo. Só que a queda de 2020 foi devastadora.
Houve redução drástica nas receitas e vencimento de dívidas de curto prazo. Ouso dizer que se não se capitalizasse com a criação e comercialização de sua SAF, o Vasco seguiria penando em sua mediocridade técnica e administrativa. Hoje já dá ao menos para sonhar.