Causa e efeito
Confira a coluna desta quarta-feira (19)
O movimento deflagrado ontem por jogadores de peso contra a utilização do gramado sintético em estádios brasileiros é um bom sinal. Mostra efetivo interesse da classe pela padronização do jogo e renova discussão importante, firmando posição sobre um tema polêmico já dissecado em países europeus. Mas, pelo que ouvi de pessoas que circulam pela CBF, a cruzada aberta por craques como Neymar, Thiago Silva, Philippe Coutinho, Memphis Depay, Lucas, Bruno Henrique, Dudu e Gabriel Barbosa não terá efeito prático. Ao menos, por enquanto.
Primeiro, porque às vésperas do início de mais uma edição do Brasileiro (a bola já rolou para Copa do Brasil e Libertadores), duvido que CBF ou Conmebol vá proibir que Palmeiras e Botafogo, deixem de utilizar seus estádios. Ainda mais estando de acordo com parâmetros estabelecidos pela FIFA.
Depois, porque o último relatório científico sobre o tema foi publicado pela revista inglesa The Lancet, em 2023, emitindo parecer após analisar mais de mil estudos. A publicização não viu correlação entre o campo sintético e o aumento de lesões.
Mas a discussão é válida e já foi abordada no Conselho Técnico da CBF no início do ano passado. Na oportunidade, alguns clubes, com a participação até de quatro capitães, tentaram incluir a proibição no regulamento da CBF. Tiro n’agua.
O máximo obtido foi a liberação para o visitante treinar no campo artificial do adversário na véspera de jogos do Brasileiro, e a promessa de que o Conselho Nacional de Clubes promoveria aprofundamento sobre o tema. Nada disso foi feito. Assim como a fiscalização sobre o estado deplorável de gramados naturais.
O encaminhamento desta pauta só terá resultado prático no dia em que os clubes se alinharem numa só Liga. Mas aí já é um outro tema.
Justiça
O desembargador César Felipe Cury, da 20ª Câmara de direito privado, julgará no próximo dia 12 de março o agravo em segunda instância impetrado pela 777 Partners contra a liminar que sustenta o presidente Pedro Paulo no controle administrativo da SAF Vasco. Se o magistrado acatar as alegações da antiga parceira do clube, o Conselho de Administração da SAF volta a ter maioria da 777, representada hoje pela A-Cap Resseguros.
Caso contrario, segue tudo como está, ao menos até o julgamento do mérito da causa. Pergunto: quem fechará contrato com um clube cujo o mandatário ocupa o cargo amparado por liminar?
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