Cai o pano
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (17)
Quando avisei em dezembro do ano passado, antes mesmo de o presidente do Vasco, Pedro Paulo, tomar posse para seu mandato de três anos, que as narrativas da nova diretoria administrativa do clube não soavam bem para a cúpula da 777 Partners, gestora da Vasco SAF, houve quem não entendesse a mensagem e caísse na falsa impressão de relação harmoniosa.
Pois, quatro meses depois, a guerra fria se descortina e o que se ouve nos bastidores São Januário é que a judicialização antecipada neste espaço antes da virada do ano amadurece a cada dia.
Porque faz parte do projeto do grupo político encabeçado pelo advogado Alan Belaciano e o empresário Cristiano Campos retomar o controle do futebol, hoje em poder do grupo americano, que comprou 70% das ações da SAF do clube.
E vem daí a escolha do nome do ídolo Pedrinho para ocupar a cadeira de presidente e do advogado Paulo Salomão, expert no direito esportivo, cível e empresarial, para a de primeiro vice. Figuras de prestígio em suas áreas, os dois trabalham para construir o caminho da retomada.
Notificação
A notificação encaminhada à 777 pedindo garantias do pagamento de R$ 270 milhões que precisa ser efetuado em setembro é só mais um capítulo. Josh Wander, presidente do grupo americano, veio ao Brasil no final da semana passada com intenção de azeitar a relação com a atual diretoria.
Mas foi embora com a sensação de que, neste aspecto, a vinda fora em vão. Caberá a Lúcio Barbosa, o diretor da SAF, saber conduzir o processo, conviver com o desconforto e construir pontes que facilitem a caminhada. Principalmente no aspecto esportivo.
Controle
Se o time de Ramón Díaz, que nesta quarta (17) enfrenta o RB Bragantino, em Bragança Paulista, caminhar na parte de cima da tabela da Série A do Brasileiro, as medidas em qualquer das esferas para a retomada do controle não serão bem vistas por uma torcida cansada de ver o clube envolvido em disputas internas pelo poder.
No entanto, se o futebol gerido pela SAF patinar como nos últimos anos, a política do Vasco voltará a ocupar o noticiário com frentes de batalha sendo abertas entre prós e contras ao projeto político do grupo que controla o clube. Quem viver, verá.