Baixa estima…
Coluna foi publicada no domingo (24)
É da natureza humana achar que tudo está perdido ao menor revés. Ainda mais no futebol, este esporte que faz em segundos o caminho de ida e volta entre estágios de euforia e depressão. Reparem o sentimento dos botafoguenses, por exemplo: mesmo sendo líderes absolutos da principal competição nacional, sete pontos à frente de seu mais próximo concorrente, muitos antecipam nas redes o discurso derrotista ao qual se dizem acostumados a escrever.
Puro exagero. Tudo bem que a terceira derrota seguida no returno do Brasileiro, somada à eliminação na Copa Sul-Americana, embaçam a imagem de um time que fechou o turno com 13 pontos a mais que o segundo colocado. O futebol que o time de Bruno Lage exibiu nas cinco rodadas desta segunda fase é de fato abaixo do esperado. Mas não está longe da média jogada pela maioria. Principalmente nos jogos no Nílton Santos.
O perde-e-ganha da competição me obriga a lembrar da campanha do Corinthians de Fábio Carille, em 2017. Um time mediano que fechou o turno com oito pontos a mais do que o Grêmio (47 a 39), o segundo de então. Só que nas 12 primeiras rodadas do returno, os corintianos perderam seis confrontos, com três vitórias e três empates. Ou seja: os líderes somaram apenas 30% dos pontos disputados em 63% da fase final do campeonato.
Na 31ª rodada, aquela vantagem de oito pontos para o segundo colocado passou a ser de cinco. E tendo o Palmeiras campeão no ano anterior como o mais próximo concorrente. A partir dali, o Corinthians engatou quatro vitórias seguidas e fechou a disputa na 35ª rodada, com dez pontos sobre o Grêmio (71 a 61), que terminou a competição na quarta colocação, com Palmeiras em segundo, nove pontos atrás. O Santos terminou em terceiro.
Não quer dizer que seja regra, e tampouco que o Botafogo não deva se preocupar. No entanto, o cenário ainda lhe é muito favorável para a conquista do título e quebra deste jejum de 27 anos. Portanto, não é hora de os botafoguenses baixarem a guarda e contaminarem o time com desnecessário pessimismo…
Final
A missão do Flamengo na tarde deste domingo (24), no Morumbi, não é só vencer o São Paulo, por um placar mínimo que seja. O maior desafio é se apresentar como um time coeso e minimamente capaz de fazer com que o talento individual de seus melhores jogadores possa fazer alguma diferença. Porque até isso Sampaoli destruiu. Vejamos…