A treta de Lisca
Foi realmente bastante esquisita a arbitragem do gaúcho Anderson Daronco no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil em que o São Paulo eliminou o Vasco. E não falo só com base nos lances interpretativos, todos discutivelmente contrários ao clube carioca. A expulsão de Lisca já nos acréscimos parece mostrar que Daronco ainda não digeriu as declarações de 29 de janeiro, quando então treinador do América/MG fez severas críticas ao departamento de arbitragem da CBF, queixando-se de erros que deram a Chapecoense o título da Série B.
“Seu Anderson Daronco, meu amigo, meu conterrâneo. Eu vi o pênalti que o senhor apitou agora, aos 52 minutos, para a Chapecoense. Que vergonha! O senhor tem que ter vergonha do que está fazendo na sua carreira. Que pena que você fez isso”, esbravejou, diante das câmeras, referindo-se ao árbitro que em Santa Catarina havia acabado de apitar a vitória de 3 a 1 da Chapecoense sobre o Confiança, marcando pênalti claro a favor da Chape, nos segundos finais dos acréscimos.
O gol de Anderson Ramon tirou o título dos mineiros e consagrou os catarinenses.
Naquela noite, a metralhadora de Lisca atingiu também o árbitro Flávio Rodrigues e o auxiliar Evandro de Melo, que validaram o gol do Avaí, marcado por Getúlio, em posição duvidosa, e também a árbitra Edina Alves e o auxiliar Anderson de Moraes, dupla que, nos acréscimos e erroneamente, invalidou um gol do atacante Ademir no 2 a 2 entre América/MG e Chapecoense pela 30ª rodada, em 20 de dezembro. Lembrando que o América/MG ficou sem o título por diferença de um gol no saldo (21 a 20).
Totalmente fora de controle, sem o amparo de dirigentes ou até mesmo de um executivo de futebol, Lisca assumiu postura de enfrentamento pediu ao departamento de arbitragens da CBF, e chegou a pedir a saída de Leonardo Gaciba, o chefe da pasta.
“Seu Gaciba, abandona, velho! Tu não tens condição nenhuma de dirigir nada. Teu quadro de árbitros foi uma vergonha. Vocês decidiram o campeonato da Série B para um time. Erros em cima de erros, e mais erros...”
Enfim, o destempero do agora treinador do Vasco, somado ao comportamento “sincerão” da noite do dia 3 de março, quando criticou a CBF por seguir com a disputa da Copa do Brasil em meio à pandemia caminhava para a marca de 500 mil mortos no Brasil, pode ter gerado uma justificável antipatia.
Desde então, Lisca só venceu uma das nove partidas válidas por competições da entidade. Eu, hein.