A palavra-chave
Coluna foi publicada no domingo (29)
É claro que os chamados jogos em casa são, ao menos em tese, os mais indicados para um time de futebol pontuar. Mas é meio óbvio também que quando o oponente tem mais virtudes técnica, tática, física e mental o mando de campo não faz a diferença. Portanto, em análise racional, a equação matemática para o Vasco se livrar de nova queda não contava com pontos nos confrontos contra Flamengo e Internacional.
Para avançar na parte de baixo da tabela na reta final do Brasileiro, seja de Série A ou B, é preciso saber jogar para não perder - e não para tentar vencer a qualquer custo, simplesmente porque precisa dos três pontos em disputa.
Era o que eu diria ao técnico Ramón Díaz e aos jogadores do Vasco, que neste domingo (29), depois de duas derrotas no Rio de Janeiro, encaram o bem treinado time do Goiás, na Serrinha. É duelo direto e sem favoritos.
Essa sede das equipes que abrem a reta final da competição precisando de mais de dez pontos para evitar a queda é interessante. Porque se ali estão, com média em torno de um por rodada, não será nas últimas dez que passarão a três.
Mas a necessidade de pontuar derruba a inteligência tática e os jogadores acabam confundindo determinação com consistência. E se complicam. Exatamente como fez o Vasco nos dois últimos jogos no Rio.
A atuação do time vascaíno no 0 a 0 com o São Paulo, em São Januário, mostra bem isso - e foi motivo de elogios do próprio treinador. Não por abrir mão do ataque, mas por tentar entender as possibilidades do adversário antes de atacá-lo de forma desordenada.
O Vasco, com Payet no meio, perde a sustentação defensiva – esteja ele pelo centro ou pelos cantos. E Ramón precisa aceitar isso o mais rápido possível.
É hora de passar o trinco na linha que equilibra o sistema, e jogar de forma mais reativa, menos exposto. Neste domingo, por exemplo, como o Goiás tentará se fazer valer do mando, o time precisa competir com frieza, à espera do bote certo. É importante somar os três pontos, claro, mas o crucial é não perder.
Se tivesse segurado empate nos dois últimos jogos contra equipes mais bem estruturadas (tinha condições para tal), estaria mais perto da meta.
Este rali contra Goiás, Santos e Bahia (outros ainda podem voltar ao pega), precisa ser corrido com inteligência emocional. Mostrar energia, sem perder o controle dos nervos.
E eficácia, entendendo que é fundamental ser mais um no bloqueio defensivo. Consistência é mesmo a palavra-chave.