À flor da pele…
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (04)
O tricolor Jorge, um dos donos do salão onde no início de cada mês corto os cabelos, estava ansioso por minha chegada. Queria me ouvir sobre as possibilidades de o time de Fernando Diniz avançar às finais da Libertadores.
Confessou-me que, às vésperas do confronto com o Internacional-RS, em Porto Alegre, tem encontrado dificuldades para controlar os nervos. E que por isso não assistirá à partida no Beira-Rio.
“É a última chance de ver meu clube campeão da Libertadores…”, disse, sob o sorriso de canto de boca do rubro-negro Raphael, seu sócio, mais novo e acostumado a vivenciar momentos como este.
Essa questão emocional que move o tricolor Jorge, por certo, também impacta jogadores e comissão técnica do Fluminense. Porque depois da incompreensível perda do título em 2018, em pleno Maracanã, a conquista tornou-se obsessão.
É de tal modo que o clube não mede os esforços para saciar a sede de seus torcedores. O valor líquido das premiações pagas pela Conmebol em cada fase tem sido divididas com os jogadores (o total acumulado até aqui foi de R$ 45,3 milhões), e dos R$ 94 milhões destinados ao clube campeão, metade será repartida pelo departamento de futebol – claro, após deduzidas as despesas.
O empate em 2 a 2, no Rio, deu aos colorados a sensação de que o jogo desta noite, em Porto Alegre, é mera formalidade. Um exagero difundido nas redes por influenciadores que vestem a camisa do Internacional.
Diniz acredita no plano de jogo do seu time e o empate na ida, arrancado com jogador a menos, é a prova de que o Fluminense está pronto para competir.
Por isso, aliás, manterá a estrutura, com Guga no lugar de Samuel Xavier, a dupla de volantes Alexsander e André, e o quarteto Arias, Keno, Cano e John Kennedy na frente. Vejo os tricolores com mais equilíbrio. Mas virá do campo a resposta que buscamos…
Queda brusca
Não acho que a opção por deixar Tiquinho Soares fora do primeiro tempo no empate com o Goiás deva ser a razão principal das críticas a Bruno Lage. Porque independentemente das escolhas do treinador, o time não consegue mais se impor – nem mesmo como mandante.
O meio de campo, que era o diferencial do time no turno, perdeu o viço, o ataque deixou de ser eficaz e o jogo mental passou a ser o fardo que curva os próprios jogadores alvinegros. Nos 10 jogos em que dirigiu o time no Brasileiro, o Botafogo de Lage somou 13 pontos, 11 a menos do que os 24 das 10 rodadas anteriores. No recorte atual, o Bragantino fez 21 pontos, e o Palmeiras 19.