Televisão pode decidir eleições em algumas prefeituras importantes
Coluna foi publicada no domingo (14)
Em municípios que possuem TV aberta de boa audiência, candidatos podem emergir ou naufragar. Até agora, fala-se no uso da Inteligência Artificial (IA) e na regulação das redes sociais para combater fake news na campanha, porém as primeiras sondagens com os pré-candidatos às eleições municipais deste ano ainda não levam em conta o desempenho na TV. Daí, o preparo do candidato diante da telinha vira item básico. “Há candidatos que têm bom conceito, se movimentam bem, mas se perdem nos programas e, principalmente, debates da TV”, opina o jornalista Ilauro Oliveira, de Cachoeiro, um dos locais onde a TV tem poder de influenciar eleitores. Outros municípios em iguais condições: Vitória, Linhares e Colatina. Curiosamente, nos dois maiores colégios eleitorais do Estado, Serra e Vila Velha, a TV inexiste ou tem pouco peso. Nesses locais, rádios e redes sociais ganham ainda maior relevância.
...Imagem é tudo
Historicamente, há muitos casos de candidatos que largaram bem na campanha, chegaram favoritos à reta final, mas foram derrotados na TV. O atual prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi, lembra sua primeira eleição no cargo, no ano 2000. Ele era o quarto candidato nas pesquisas de votos. Só que no último debate transmitido por TV aberta, os outros três concorrentes simplesmente não compareceram. Ele surfou naquela situação, os ausentes passaram imagem de arrogância e foram rejeitados nas urnas.
A propósito
Especialista em marketing eleitoral, Sandro Pena aponta que a próxima campanha terá só 30 dias de TV e rádio. “É preciso dar peso à pré-campanha e ir trabalhando conceitos, linguagem e expressão”. Sugere toda rapidez nas respostas às mentiras de adversários, e estar atento ao uso da IA. “Por ser complexa, será difícil regular as redes sociais para esta campanha”, avalia.
Teoria conspiratória
A lista tríplice da Ufes que agora está na mesa do Lula para escolha do novo reitor (a) traz os nomes apontados pelo Colégio Eleitoral: Eustáquio de Castro (1º), Lousiane Nunes (2º) e Patrícia Rufino (3º). Detalhe que nos bastidores alimenta certa teoria conspiratória: o 2º nome da lista é uma mulher ligada ao movimento negro, e que “cairia bem” no atual contexto.
La nave vá
Efeito da passagem da “Barca do Réveillon” – que alterou a composição do secretariado municipal de Cachoeiro –, o bloco alijado, e descontente, poderá se alinhar a uma candidatura alternativa. Se isso for adiante, vai dividir o grupo que há oito anos apoia o prefeito Victor Coelho.
Curta
NO RIO DOCE. Documentos de pesquisas oficiais apontam “contaminação em frutas, frangos e peixes” produzidos em áreas da bacia do Rio Doce: efeito da tragédia de Mariana.
LÁ EM SAMPA. Pesquisa de banco suíço projetou as 10 cidades mais caras do mundo: Singapura em 1º, Xangai em 2º. São Paulo aparece em nono, seguida de Miami.
SANCIONADA. Vale em Vitória a lei 10.009 que insere nas placas do atendimento prioritário, no comércio, o sinal de portador da síndrome de down. Iniciativa é de alunos do ensino médio.
DIVERSIDADE. Um coletivo de escritores capixabas será realizado no próximo sábado (20), na Vilazinha Feira Hype, Prainha de Vila Velha, a partir das 10 horas.
INSEGURANÇA. Do conceituado Élio Gaspari: “O que houve em Brasília, no 8 de janeiro de 2023, foi o colapso do sistema de segurança pública, que está bichado em todo País”.
FILOSOFIA PÓS-PANDEMIA. “Não existe pecado só no lado do Equador”. Entreouvido em barbearia, com noticiário de TV local mostrando vítimas do narcotráfico.