Robôs do ódio atacam em Colatina
Quando iniciou a campanha eleitoral deste ano para prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi (PSC) passou a monitorar as pesquisas das intenções de votos. Às vésperas do pleito, semana passada, tinha 19% à frente do principal concorrente. Porém, quando as urnas foram abertas, os números mostravam outra situação. E somente no final das apurações ele conseguiu virar para a primeira colocação, chegando à frente do segundo concorrente com estreita vantagem de 631 votos. Então, o que aconteceu na reta final da campanha?
Balestrassi avalia que foi submetido a um “odioso bombardeio de fake news” deflagrado pelos chamados robôs do ódio, que disseminam informações caluniosas através das redes sociais.
“Foi algo extremamente feroz e odioso, nunca sofri nada assim. Disseram até que matei pessoas, utilizando imagens falsas, e que eu morava fora de Colatina, era um estrangeiro, imagina?”, relata.
Fora da política, há anos ele atua no município na produção de estruturas metálicas. “Fiquei chocado com tanta inverdade despejada contra mim e minha família”, frisa.
O fato é que as notícias espalhadas pelos robôs quase fizeram um estrago irreversível. “Nos dois últimos dias antes da votação, fui alvo de ataques que acabaram reduzindo minha vantagem nas urnas”, salienta.
E como concorreu com outros nove candidatos, fica difícil saber agora exatamente de onde veio o comando para o virulento ataque robótico. “Isso me fez sentir na pele como uma disputa democrática pode acabar sendo contaminada dessa forma”, salienta.
Após o desabafo, Balestrassi diz que é hora de pensar no futuro e construir um ambiente politicamente mais arejado. E conduzir Colatina a outro estágio de desenvolvimento
“Estamos perdendo população jovem, que sai em busca de oportunidades, e precisamos gerar emprego e renda para elevar a receita municipal. Colatina já possui uma boa infraestrutura de serviços, saúde e educação. Mas necessitamos atrair empreendedores de fora”, cita.
Aos 61 anos, esta será a terceira vez que Balestrassi irá comandar o município. Foi eleito, inicialmente, em 2001, e reeleito em 2004. Em sua primeira eleição, era considerado “azarão” do páreo, porém acabou surpreendendo. Ele gosta de contar que, na eleição de 2001, os candidatos favoritos não compareceram a um debate decisivo transmitido pela TV. “Só eu compareci, e acabei surfando na ausência deles”, relembra.