Mineradoras devem oferecer 65 bilhões em indenizações após desastres
Artigo da coluna Fonte Grande, do Jornal A Tribuna
Bolo de R$ 65 bilhões na mesa com mineradoras
Em dezembro passado, bateu na trave a celebração do acordo de reparação das mineradoras Vale-BHP Billinton, após rompimento de barragens que causaram mortes, contaminaram o Rio Doce e impactaram 52 municípios de Minas e Espírito Santo.
As partes optaram por adiar a decisão e esperar novo governo e cenário. Nos próximos dias, representantes dos Estados, União e Municípios voltam à mesa das negociações. Fala-se na divisão de um bolo de R$ 65 bi, sendo 11% para municípios. Comenta-se, nos bastidores, que agora há interesse mais explícito das mineradoras em fechar acordo. A questão ainda é o tamanho desse típico “bolo de rolo”.
Ação na corte inglesa
De novo, nessa história que se arrasta desde 2015, é que entre os municípios atingidos, 23 endossaram ação na justiça inglesa em busca de reparações, pois a sócia da Vale é a anglo-australiana BHP Billinton. Resultado de uma ação coletiva de 200 mil pessoas, a reparação pedida (US$ 6,9 bilhões) é sob argumento de que aqui “não foi possível reparar as vítimas por insuficiência da Fundação Renova”, que representa as mineradoras. Entre as prefeituras que endossaram a ação na corte inglesa, três do ES: Baixo Guandu, Marilândia e Colatina.
Bahia mais longe
Capixabas que esticaram pelas praias do Sul da Bahia, na virada do ano, reclamam que é preciso andar quase 200 quilômetros a mais, para contornar interdição na BR-101, entre Teixeira de Freitas e Itamaraju, e que perdura há mais de um mês.
Na porta do INSS
Alguns advogados fazem captação irregular de clientes na porta do INSS. É o que aponta a OAB da Serra, a partir de denúncias junto à PF, Ministério Público e direção do INSS. “Vamos combater esse exercício irregular”, diz o presidente a OAB no município, Ítalo Scaramussa.
Natal dos tempos...
Leitor Aldo José Barroca coloca atento olhar sentimental sobre os Natais através dos tempos. “Antigamente, pais iam à Missa do Galo e filhos dormiam cedo para serem surpreendidos pelos presentes. De manhã, nas ruas, crianças brincavam felizes e exibiam presentes (velocípedes, bolas de futebol, jogos de botão, etc.), as pessoas se conheciam pelo nome”.
Avanço tecnológico
“Agora, primeiras décadas do século XXI, ruas asfaltadas e desertas, nenhuma criança exibe presentes. Carros não respeitam sinal, motoristas falando ao celular… Pais e filhos dentro de casas, pois não há segurança. Não há mais brinquedos, os presentes são tecnológicos (celular, tablet...) e de uso individual, não se vê fraternidade entre vizinhos, parentes, colegas”.
A fome das ruas
Tema aqui na coluna anterior, os famintos das ruas fizeram Lula engasgar e chorar, em seu discurso de posse, diante do que desafia governos e prefeituras. Embora muitos prefiram ignorar, e adotar o olhar de paisagem diante do cenário que escancara a situação. Campanhas de donativos sofrem oposição de certas autoridades, que oferecem abrigos. Podem ser alternativa, porém com suas regras e limites, abrigos não se tornam solução para muitos casos.
No mais...
“Com raras exceções, autoridades e prefeituras estão off para os moradores de rua”, segundo leitor, que se diz impotente diante dos sinais nos semáforos, sob marquises e viadutos.
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HOMENAGEM: Batizar a ciclovia da Terceira Ponte com o nome de Detinha Son é justa homenagem à capixaba que tanto incentivou o uso de bicicletas. E que morreu vítima de atropelamento.
LANÇAMENTO: Marcelo Melo lançou, no Palácio das Águias (Itapemirim), o livro de crônicas “Proseando com a Vida”. Prefácio do jornalista Carlos Fernando Lima, que frisa a atemporalidade do autor.
LIVRAMENTO: “Não foi somente a beleza da solenidade de posse do Presidente, foi um livramento”. Da escritora Cora Ronai, sobre a subida na rampa do Palácio do Planalto.
ENTULHO AUTORITÁRIO: Foi o que sobrou do acampamento de “patriotas”, no sítio histórico da Prainha, em Vila Velha, finalmente suspenso.
BAIXO CARBONO: Bandes abre linha de financiamento, no total de R$ 135 milhões, para financiar máquinas e equipamentos sustentáveis, tipo veículo elétrico e painel solar.
FILOSOFIA NA PANDEMIA: “Ano Novo, vida nova. Mas eis que surge a variante Kraken, da velha covid-19, na linha do horizonte”. Entreouvido em feira livre.