A vez do ovo na mesa, e o boi voador
Granjeiros do Espírito Santo não têm do que reclamar do mercado na pandemia. Ajudado pelo preço da carne bovina ainda nas alturas, a vez é do ovo. Mesmo com aumento do preço do milho e da soja, há tanta demanda por ovos que o setor de postura só tem que comemorar.
E não é pouca coisa. Hoje, o Espírito Santo só perde para São Paulo na produção nacional de ovos, maioria destinada ao mercado interno. Já a avicultura de corte agora briga com pesos pesados, como Sadia e Perdigão, por uma fatia que já representa 40% do consumo interno.
Mais 50% de produção
Um dos principais abatedouros do Estado, Uniaves, em Castelo, quer elevar sua produção em 50%, passando de 80 mil para 120 mil aves por dia. “A planta industrial da ampliação está definida. Uniaves é um bem-sucedido projeto integrado com produtores”, avalia o secretário da Agricultura, Paulo Folleto. Ele cita também o fato de a avicultura ser uma atividade familiar em franca expansão, além do município-polo, Santa Maria de Jetibá.
A propósito
Um mês atrás, o secretário Paulo Folleto previu que o preço da arroba do boi chegaria ao teto de R$ 285, em Rondônia, mercado termômetro. Na última sexta, oscilava na faixa de R$ 310. “Não arrisco mais palpite, mas o dólar alto torna atraente a exportação da carne”, diz.
Lembranças camponesas
Junto com Agostino Lázaro, Glecy Coutinho escreveu o livro “Lembranças Camponesas”, sobre Venda Nova do Imigrante, obra que ajuda a explicar o perfil conservador da maioria dos seus eleitores. Lá, em 2018, Bolsonaro obteve sua maior votação percentual entre os 78 municípios capixabas. “É um povo muito trabalhador, organizado, religioso e conservador”, resume Glecy.
Cor e credo
Jornalista e professora, Glecy cita uma curiosidade histórica. Quando Albuíno Azeredo foi eleito governador, em 1990, o então prefeito de Venda Nova, Nicolau Falqueto, convenceu a comunidade a apoiar Albuíno com forte argumento: “Nossa Senhora Aparecida também é negra”, dizia.
Coração de estudante
Teve liderança reclamando da “falta de mais estudantes” na passeata contra Bolsonaro, realizada a partir do Teatro da Ufes, no sábado, dia 19. O sentimento foi de que o cordão engrossou mesmo com participação de pessoas já vacinadas, como professores e gente de mais idade, enquanto os mais jovens, temerosos de contágio, acompanharam pelas redes.
Fase 2, na Ufes
Em seu último boletim, o Comitê Operativo de Emergência (COE) da Ufes sugere manter protocolos sanitários e atividades remotas. Embora aponte uma queda de 39% nas mortes por Covid-19, no Estado, projeta que ainda estamos num patamar elevado de casos.
O cipoal da floresta
A Seama vê como “incorreta e tendenciosa a interpretação” de números do atlas 2019/2020, que teriam apontado aumento de 462% de desmatamento da Mata Atlântica no Espírito Santo. Esse número foi propalado por deputados da oposição, na Assembleia Legislativa. Cita que esse aumento significou passar de 13 para 75 hectares de desflorestamento, “sem considerar se foram legais ou ilegais. E a SOS Mata Atlântica considera desmatamento zero quando o valor medido for inferior a 100 hectares”, frisa.
CURTAS
FESTA CANCELADA. Nas redes, cachoeirenses ausentes recitam poemas de Newton Braga, criador do dia da cidade, 29 de junho. É um meio de não deixar a data passar em branco.
ASSÉDIO CONSIGNADO. Luiz Moulin, advogado e ex-prefeito de Guaçuí, contou, em apenas um dia, 15 ligações oferecendo empréstimo consignado. Já bloqueou, mas sempre retornam.
RENDA CONCENTRADA. Pandemia não abalou os mais ricos. Levantamento do Credit Suisse avaliou 10 países. Diz que em oito, o Brasil no meio, a fortuna dos mais ricos cresceu.
FILOSOFIA NA PANDEMIA. “Taxa de terreno de marinha é igual Covid, não acaba nunca”. Entreouvido em reunião de condomínio, em Vitória.