Vacinas tratam o mal pela raiz
Coluna foi publicada nesta terça-feira (04)
“Adoecera gravemente uma criança, a muitos quilômetros de Paris, séculos atrás. Seu pai era médico e não se afastava do lado dela, nem se descuidava de seu mal. Sua moléstia, porém era a incurável Difteria, para a qual não havia remédio. Sofria esse homem duas vezes, o que é uma forma de sofrer mais: sofria como médico, e sofria como pai.
Ele usou todos recursos possíveis e imagináveis para salvar sua filhinha, mas a asfixia era progressiva e a cianose anunciava-se como sinal precursor da morte. Desesperado, consultava Paris através de seus maiores vultos e a resposta não vinha.
Atormentado e sem meios, pois sabia que a cura era impossível e o sofrimento insuportável, pensou em amenizar aquela dor. Naquele resto de noite injetou na criança uma forte dose de ópio, e o Anjo da Noite levou-a para o Vale da Sombras. Com o chegar do novo dia, vinha também de Paris um comunicado que dizia: “Roux descobriu o milagre. Segue o soro antidiftérico”.
Infelizmente, a medicina não conta ainda com os milagres para a ressurreição.” Ao contrário das águias, que alcançam as nuvens, a medicina precisa subir degrau por degrau, para alcançar os céus.
Drogas, cirurgias e vacinas, que hoje salvam vidas, eram sonhos de muitos enfermos, vítimas de doenças sem esperança de cura.
Desde criança, tenho aquela marquinha de cicatriz no braço, resultante da reação à vacina BCG. É por causa dessa vacina que os casos graves de tuberculose são raros hoje em dia.
Poucas intervenções médicas podem ombrear o efeito que a imunização exerceu sobre a longevidade e a qualidade de vida. Várias doenças são atualmente passíveis de prevenção, devido vacinas administradas a crianças e adultos. A maioria das enfermidades da infância, que pode ser prevenida, se apresenta historicamente em níveis baixos.
Vacinas são substâncias que estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos, que agem contra os agentes nocivos, causadores de infecções.
Quando uma pessoa entra em contato pela primeira vez com uma substância estranha, denominada antígeno, o organismo inicia a produção de anticorpos, para combatê-lo. No entanto, esse processo é demorado e o indivíduo acaba por desenvolver a doença causada por aquele antígeno.
Vacinas atuam por meio do desenvolvimento da chamada “memória imunológica”. A introdução do patógeno no corpo estimula o sistema imune a produzir anticorpos. Posteriormente, quando o indivíduo se infectar com aquele agente, o organismo produzirá uma resposta imunológica de forma mais rápida, para destruí-lo.
Algumas vacinas podem desencadear reações adversas, como dor no local da aplicação, mal-estar e febre. Entretanto, elas são bastante seguras. Essas reações, geralmente, apresentam-se leves e de curta duração.
Além das vacinas, drogas e cirurgias também oferecem riscos, mas salvam vidas, outrora ceifadas pela ausência desses “milagres”. Acreditar que não se acredita em nada é crer na crença da descrença.