Rir faz bem à saúde
Coluna foi publicada nesta terça-feira (23)
Dr. João Evangelista
“Oi, gata, sabia que eu posso fazer você esquecer o Rodrigo!?”. “Que Rodrigo?!”. “Tá vendo, já esqueceu”. Se o prezado leitor esboçou um sorriso, essas mal traçadas linhas cumpriram seu dever. Parece fácil, mas para escrever sobre alegria, eu precisei ter um pesadelo: sonhei que eu era eu. Assim sendo, essa é uma das várias crônicas que compõe minha autobiografia não autorizada.
Interpretar o riso é ser psicanalista de porta de inconsciente. O riso tira a poeira do instante.
Pois então, vamos escrever. Franzo a sobrancelha, esse bigode do olho, coloco as ideias em fila, que correm em direção às páginas. Nesse momento, sou contaminado por intensa inquietação psíquica, gerando uma cócega cerebral.
O humor deve ser puro e singelo como uma criança. Não existe nada mais ingênuo que o riso de uma criança. Nessa fase da vida, sua única realidade é a ilusão. Criança jamais tira folga de ser criança. Criança aprende a rir antes mesmo de aprender a falar.
Depois de compor o esqueleto da crônica, com humor vou estendendo sobre ele a carne do significado. Enquanto isso, meus pensamentos viajam sobre os fofos coxins das nuvens. O humor tem aquele algo de especial que deixa a lógica de lado.
“Meu marido é muito baixinho? Reclamou minha paciente.”
“Que bom! Dos males, o menor, respondi”. Caso você tenha rido, continue lendo essa narrativa. Caso contrário, também siga em frente. Assim sendo, entenderás como rir é terapêutico.
Uma boa risada alivia a tensão física e o estresse, relaxando os músculos.
Rir estimula o sistema imunológico. Ele reduz a produção dos hormônios do estresse e eleva o número de células imunes e anticorpos que combatem as infecções, melhorando assim a resistência às doenças.
O riso provoca a liberação de endorfinas, substâncias que promovem sensação geral de bem-estar, podendo até aliviar temporariamente a dor.
Rir blinda o coração. Ele melhora a função dos vasos sanguíneos e aumenta o fluxo de sangue, protegendo o corpo contra problemas cardiovasculares.
O riso faz a gente se sentir bem. A boa sensação que experimentamos, quando rimos, permanece conosco, mesmo depois que o riso diminui.
O bom humor ajuda a manter uma visão otimista diante de decepções e perdas.
Mais do que apenas um alívio perante a tristeza e a dor, o riso nos dá coragem e força para encontrar novas fontes de significado e esperança.
Mesmo nos tempos mais difíceis, um simples sorriso pode nos fazer sentir melhor. O riso é realmente contagiante. Basta ouvir alguém rir para ativar nosso cérebro, nos preparando para também sorrir.
O bom humor e a comunicação divertida fortalecem nossas relações, desencadeando sentimentos positivos e promovendo conexão emocional.
Quando rimos com outra pessoa, uma ligação positiva é criada, funcionando como um forte amortecedor contra o estresse, as divergências e a decepção.
Certa feita, eu liguei para um paciente, dizendo: “Senhor Rogério, o seu cheque voltou?”.
Ele respondeu: “Minha dor também...”. Enfim, o fim!
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