Podemos viver sem o baço?
Coluna foi publicada na terça-feira (14)
O sol na Praia da Costa, de amor a faz esquentar. À noite, também ela é linda, faz ciúme até no luar. Enquanto as alvas espumas, que são lágrimas do seu choro, ao ver o banhista deitado, na areia pedindo socorro. Afogamentos e traumatismos, gerados pelos conhecidos “caldos”, podem acabar com a poesia.
Domingo de sol. Praianos “pegam jacarés”, surfando na onda e desabando na areia. Em dado momento, um jovem levanta do chão, pálido, gritando de dor. Nesse momento, começa a história do rompimento de um baço.
O baço faz parte do sistema imunológico, sendo um importante órgão de defesa. Dessa forma, apresenta várias funções, como reservatório sanguíneo, retenção e eliminação de células do sangue, produção celular, filtro e barreira imunológica.
Aproximadamente 20% do estoque de sangue é retido no baço. Esse reservatório é acionado em casos de perda significativa de sangue pelo organismo, como em hemorragias decorrentes de acidentes.
O baço exerce um papel central na captura e eliminação de hemácias desgastadas ou danificadas ao filtrar o sangue.
Nesse processo, ele retém elementos essenciais das hemácias capturadas, como o ferro, para utilizá-los na produção de novas células sanguíneas. Essas substâncias são liberadas novamente na corrente sanguínea, que chegará à medula óssea, local onde ocorre a produção de novas hemácias.
Assim como outros órgãos linfáticos, o baço é responsável pela geração de linfócitos, que são dispostos na corrente sanguínea e desempenham um papel fundamental na defesa do organismo. Durante a fase fetal, o baço também produz células sanguíneas, como as hemácias.
O baço pode se romper devido a lesões e traumas, como acidentes automobilísticos, quedas, ou golpes no abdômen. Devido à sua rica vascularização e quantidade de sangue, um rompimento do baço resulta em intensa hemorragia interna.
Os sintomas de um baço rompido incluem náuseas, tontura, dor intensa debaixo das costelas, manchas roxas na pele e batimentos cardíacos acelerados.
O baço é considerado um órgão não vital para o organismo, o que significa que podemos viver sem ele. Dessa forma, em caso de danos irreversíveis, é viável realizar sua remoção cirúrgica.
Nesse cenário, outros órgãos e tecidos assumem parte de suas funções. O fígado desempenha um papel na reciclagem dos glóbulos vermelhos e seus componentes. Outros tecidos linfáticos do corpo assumem a função imunológica desempenhada pelo baço.
Apesar da possibilidade de viver sem o baço, é necessário ter cuidados extras com a imunidade, pois o indivíduo se torna mais suscetível a infecções.
É fundamental manter um estilo de vida saudável e estar atento aos sinais de doenças, como a febre, sem subestimá-los, uma vez que uma infecção simples pode se agravar.
Pacientes que sofrem ablação do baço devem também se manter vacinados.
Carregando alegria no corpo, não suspeitamos que os acidentes que a fatalidade provoca podem profanar o templo sagrado de cada um.