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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

O uso excessivo de anti-inflamatórios

Confira a coluna desta terça-feira (04)

João Evangelista Teixeira Lima | 04/03/2025, 13:02 h | Atualizado em 04/03/2025, 13:02

Imagem ilustrativa da imagem O uso excessivo de anti-inflamatórios
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

Antes de pensar em combatê-la, devemos entender que a inflamação é um mecanismo de defesa do corpo, que pode ser benéfico, pois ajuda a tratar infecções e reparar tecidos danificados. 

Existem benefícios no processo inflamatório, como limitar a proliferação de patógenos invasores, recuperar ou eliminar tecidos avariados, abrir caminho para a cicatrização e regeneração do tecido afetado.

No entanto, uma inflamação pode provocar danos, caso aconteça de forma inadequada, ou se torne crônica, prejudicando órgãos e tecidos saudáveis.

Conhecidos como AINEs, os anti-inflamatórios são prescritos quando a inflamação gera desconforto significativo, prejudicando a qualidade de vida do paciente.

Apresentando efeito antipirético, analgésico e antiedematoso, esses fármacos são capazes de controlar a febre, a dor e o edema, que acompanham o quadro inflamatório.

Querendo se livrar do sofrimento, esquecendo que a inflamação é a primeira manifestação da imunidade para expulsar aquilo que está agredindo o corpo, o paciente lança mão dos anti-inflamatórios.

Diminuição dos mediadores prostaglandina e prostaciclina, pelos anti-inflamatórios, reduzem a vasodilatação e, de maneira indireta, o edema.

Inibição da prostaglandina provoca menor sensibilização das terminações nervosas nociceptivas.

Interleucinas liberam prostaglandinas no sistema nervoso central, causando febre, neutralizada quando se inibe a prostaglandina.

Por outro lado, anti-inflamatórios podem desencadear dispepsia, náuseas e vômitos. Em alguns casos, ocorre dano gástrico e intestinal, com risco de hemorragia, ulceração e perfuração, que costumam ser potencialmente fatais. A causa é a supressão das prostaglandinas gastroprotetoras.

Anti-inflamatórios podem gerar efeitos cardiovasculares adversos. A consequente hipertensão e o aumento do risco trombótico, levam a taxas aumentadas de acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.

Os AINEs constituem a principal causa de reações de hipersensibilidade. As manifestações comuns consistem em reações cutâneas e exacerbação da asma, resultados do aumento da produção de leucotrienos.

A inibição das prostaglandinas envolvidas na regulação do fluxo sanguíneo renal pode causar necrose papilar, retenção hídrica e hipertensão arterial.

Distúrbios hepáticos e depressão da medula óssea costumam ser provocados pelo uso de altas doses de anti-inflamatórios.

Um singular efeito colateral do conhecido AINE diclofenaco foi identificado quando uma equipe de cientistas investigou o curioso declínio na população de urubus do subcontinente indiano. Essas aves se alimentam de gado morto, e alguns animais tinham sido tratados com diclofenaco, por motivos veterinários. Aparentemente, as quantidades residuais do fármaco nas carcaças mostraram-se tóxicas para esses animais.

“Todo remédio é veneno e todo veneno é remédio”.

Uma dolente lágrima também serve como anti-inflamatório. Chorar diminui a intensidade da dor.

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