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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

O poder medicinal da natureza

João Evangelista Teixeira Lima | 28/03/2023, 15:07 h | Atualizado em 28/03/2023, 15:10

Imagem ilustrativa da imagem O poder medicinal da natureza
Doutor João Evangelista, Médico e colunista de A Tribuna |  Foto: Arquivo/AT

Usando a natureza como santuário, o ser humano sempre esteve ligado aos rituais. Médicos antigos, utilizando recursos psicológicos, estabeleciam poder sobre seus pacientes, valendo-se de cerimônias para emoldurar a crença e a eficácia das suas drogas.

Deus também usa recursos naturais para dirimir o sofrimento animal, basta verificar a presença da papoula escarlate crescendo em campos de trigo, como querendo dizer que onde existe fome para ser saciada, ali também pode haver dor para ser aliviada.

Uma atividade da natureza pode ser verificada observando-se a conduta de uma abelha ao esterilizar os pés no tapete existente na entrada da colmeia, visando não contaminar o harmonioso santuário. Esta substância contém um poderoso antibiótico denominado própolis.

A medicina antiga aplicava o raciocínio de ministrar qualquer coisa para uma pessoa enferma. Caso ela melhorasse, essa “coisa” passava a representar a cura para a moléstia em questão.

Observando a natureza e os demais seres que nela habitam, o ser humano foi desvendando seus mistérios e captando suas lições. 

O instinto de cura é contemplado nos animais. A coruja livra-se a si mesma dos piolhos em suas penas tomando banho de poeira. Um animal ferido lambe os próprios ferimentos, fazendo uso da propriedade antibiótica existente na saliva. Carneiros com deficiência de cálcio procuram pastos ricos deste mineral. 

Tal instinto, que leva a descobrir fontes de cura, é tão real como os outros instintos, como, por exemplo, os que ensinam aos animais, pássaros ou insetos, a encontrar seu alimento, diferenciando-o de outras substâncias, distinguindo perfeitamente o que é nutritivo do que é venenoso. Essa intuição faz parte da herança que o ser humano recebeu da sua ancestralidade animal.

Médicos antigos prescreviam cebola com cerveja para olhos inflamados. Está claro que a finalidade dessa receita era estimular a produção de lágrimas, mesmo sem saber que elas contem lisozima, substância com propriedade germicida.

No alvorecer da humanidade, trovões, raios e relâmpagos eram considerados demônios da natureza. Etimologicamente, a palavra “droga” não significa “medicamento”, e sim demônio. A sua inversão para a nossa acepção do termo é semelhante ao que aconteceu com o uso babilônico das imagens dos deuses do mal, destinados a assustar esses próprios deuses. 

Uma droga, portanto, constituía um encantamento contra a “droga”, digo, demônio.

Por mais evoluída que esteja a ciência, o médico não pode dar-se ao luxo de ser arrogante, nem deve menosprezar as práticas originadas de longa data, enquanto elas não forem cientificamente examinadas.

O símbolo da medicina é uma serpente, representando a sabedoria. No Jardim do Éden, a cobra sabia tanto o que era bom como o que era mau, o veneno e o antídoto, esses velhos conhecidos do médico.

Entre outros recursos, o sonho e a esperança continuam sendo os melhores remédios que a natureza concede ao ser humano.

João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

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