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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

O lado bom do ácido clorídrico

Coluna foi publicada nesta terça-feira (19)

Dr. João Evangelista | 19/09/2023, 10:12 10:12 h | Atualizado em 19/09/2023, 10:13

Imagem ilustrativa da imagem O lado bom do ácido clorídrico
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista |  Foto: Arquivo/AT

Diante de patologias digestivas, como as úlceras pépticas, o refluxo gastroesofágico e algumas gastrites, o ácido clorídrico é sempre visto como vilão. Secretado pelas células parietais do estômago, essa substância tem papel fundamental na digestão dos alimentos.

O suco gástrico, devido à presença de ácido, pode causar danos ao estômago. Entretanto, o órgão garante sua integridade por meio da produção de muco e renovação constante da mucosa. As células dessa parede são renovadas a cada três dias, substituindo, desse modo, as células lesionadas e evitando o desenvolvimento de agressões pépticas. Em algumas situações, no entanto, feridas podem surgir, dando origem a processos inflamatórios.

O ácido muriático é geralmente mencionado em um contexto negativo, por exemplo, quando a azia é causada por acidez estomacal que sobe para o esôfago.

Todavia, o suco gástrico tem um número surpreendente de propriedades positivas, sendo essencial para o organismo.

Quando o alimento mastigado chega ao estômago, ele já foi fragmentado e misturado à saliva, mas isso não é suficiente para o aproveitamento de seus componentes.

A principal função do ácido gástrico é a digestão. A acidez estomacal cria um ambiente no qual as enzimas digestivas quebram as proteínas contidas nos alimentos, para torná-las utilizáveis pelo corpo.

Boca, glândulas salivares, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus são locais examinados pelo gastroenterologista durante seu trabalho médico.

Patologias geradas pela ação do ácido clorídrico são frequentes. Banhado pelo suco gástrico, o estômago vem sendo medicado há séculos.

Exercendo essa especialidade há 50 anos, presenciei o nascimento de várias drogas com funções antiácidas, como, por exemplo, hidróxido de alumínio, pirenzepina, cimetidina, sucrafalto, misoprostol, ranitidina, famotidina, nizatidina, omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, rabeprazol e vonoprazana.

Todos esses fármacos visam controlar o excesso de ácido gástrico, responsável pelas doenças cloridropépticas.

Por ser corrosivo, o ácido clorídrico costuma ser visto como algo nocivo. Não deveria ser assim, pois essa notável substância possui uma importante ação protetora contra microrganismos patogênicos.

O número de células parietais, essas usinas de ácido clorídrico, costuma ser variado. Linhagens humanas com elevada quantidade de células parietais, apesar de terem sofrido com distúrbios ácidos, apresentavam vantagens comparativas nos primórdios da humanidade, no proveito da comida, ainda que putrefata. A história registra casos de indivíduos, como o escritor brasileiro Rodolfo Teófilo, que, mesmo tendo ingerido água de fontes contaminadas com cólera, não desenvolveu a doença. Agindo como barreira química, o ácido clorídrico impedia a invasão do Vibrio cholerae.

Ao digerir a doença, o suco gástrico alimenta a saúde.

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