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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

O brasileiro Tupanvírus

Ecossistemas e organismos dependem de vírus. Poderosos, eles alimentaram a evolução por milhões de anos

Amanda Drumond | 02/08/2022, 11:20 11:20 h | Atualizado em 02/08/2022, 11:21

Algumas pessoas acreditam que os vírus são artefatos instalados no corpo humano por cientistas inescrupulosos, fazendo analogia com as invasões criminosas dos hackers.

Vírus não são entidades recentes. Zilhões deles habitam nosso planeta, desde sempre.

A maioria desses invasores tem um pequeno ou mesmo nenhum impacto em nossas vidas. Comemos e respiramos vírus todos os dias. Grande parte dessas misteriosas partículas apenas passa por nós.

Embora um vírus, surgido em 2019, venha nos atormentando, existem legiões de outros esperando para serem descobertos.

Ecossistemas e organismos dependem de vírus. Minúsculos, mas poderosos, eles alimentaram a evolução por milhões de anos, transportando genes entre hospedeiros. Sem os vírus, não estaríamos vivos.

Nos últimos anos, devido aos avanços na tecnologia para localizá-los, o número de vírus explodiu. Mesmo assim, a verdadeira extensão do mundo viral permanece praticamente desconhecida.

Os vírus são tão onipresentes que podem aparecer mesmo quando não estamos procurando por eles. Encontra-los é  fácil. 

Detectar como eles influenciam os ciclos de vida e a ecologia do hospedeiro é muito mais complicado. 

Em 2018, foi publicado na conceituada revista Nature um estudo revelando a descoberta de dois novos vírus gigantes no Brasil. Os dois pertencem a um novo gênero batizado de Tupanvírus e têm uma complexidade genética jamais encontrada em qualquer outro vírus. 

O primeiro Tupanvírus foi encontrado no sedimento de uma salina localizada numa fazenda ao sul da região do Pantanal, em Corumbá. 

O segundo vírus, muito similar ao primeiro, em sedimentos marinhos coletados pela Petrobras, a cerca de 3 mil metros de profundidade, na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro. 

O dado mais fascinante relacionado ao genoma desses vírus é a presença de um conjunto praticamente completo dos genes relacionados à produção de proteínas. 

Eles possuem todos os genes necessários para incorporar os 20 tipos existentes de aminoácidos nas proteínas. Essa característica muda a noção que temos da distinção entre os vírus e os organismos formados por células. Seus genes são semelhantes aos que existem em vírus conhecidos, mas um terço deles são completamente  desconhecidos. 

O genoma do vírus gigante é um mosaico de informações genéticas, muitas delas capturadas a partir de células hospedeiras, durante longos períodos de tempo. Esta abordagem sugere que esses vírus surgiram a partir de vírus menores.

Curiosamente, os dois vírus tupiniquins foram encontrados em ambientes aquáticos extremos, em condições semelhantes às que deram origem às primeiras formas de vida na Terra, há bilhões de anos.

Os Tupanvírus podem ser considerados uma espécie de “elo perdido” na evolução das espécies. Felizmente, eles não infectam humanos, apenas diferentes tipos de amebas, que são organismos igualmente antigos na história evolutiva das espécies.

Assim como os vírus, as descobertas habitam no acaso.

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