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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Heroicos pacientes colostomizados

Artigo da coluna Dr. João responde, do Jornal A Tribuna

João Evangelista Teixeira Lima | 07/02/2023, 16:01 16:01 h | Atualizado em 07/02/2023, 16:04

Imagem ilustrativa da imagem Heroicos pacientes colostomizados
|  Foto: Canva

Após despertar de uma cirurgia oncológica, realizada para retirar o intestino grosso, vendo a bolsa de colostomia colada em seu abdômen, o paciente chorou e disse: “Doutor, o senhor salvou meu corpo, mas matou minha alma”.

Colostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na extração de uma porção do intestino e abertura de um orifício externo, denominado estoma, cuja finalidade é desviar o trânsito intestinal para o exterior.

Portadores de câncer colorretal, submetidos a este tipo de intervenção, além de ter que se ajustar ao diagnóstico da enfermidade, enfrentam uma série de mudanças decorrentes do estoma, em relação às quais necessita se adaptar.

A presença da colostomia desencadeia sentimentos dolorosos, gerados pela perda de um órgão altamente valorizado. Diante dessa mutilação, o doente sofre perda da autoestima, resultante em alteração da sua imagem corporal.

Pacientes submetidos a esse tipo de intervenção enfrentam cotidianas modificações fisiológicas gastrointestinais, principalmente a perda do controle fecal e da eliminação de gases, complicações relacionadas com a ostomia.

A realização do cuidado com o estoma e com a troca de bolsas são fontes seguidas de preocupação e angústia.

Imagem corporal é definida como sendo o modo como a pessoa sente e pensa sobre seu corpo e sua aparência física. Sentimentos e atitudes relacionadas à imagem formam um conceito corporal que são fundamentais para uma vida social adequada.

O colostomizado apresenta sensações de alienação do próprio corpo, sentindo-se diferente após a cirurgia. Ao observar seu estoma pela primeira vez, o paciente responde com perplexidade, choque, medo e desgosto.

Muitas vezes, o indivíduo tenta manter secreta a sua ostomia. Alguns percebem o afastamento das pessoas, enquanto outros se afastam por se sentirem estigmatizados nas relações sociais.

Diante de uma colostomia, o paciente passa por contínuas reavaliações da realidade. Pensamentos de revolta, raiva, fuga e insegurança, por exemplo, precisam ser substituídos por senso de normalização e resiliência.

O processo de enfrentamento do colostomizado não envolve apenas ter um estoma, mas, sim, conviver com sua presença e implicações, lutando, reagindo, defendendo-se, protegendo-se de cada aspecto ocasionado pela sua condição crônica.

Viver com ostomia significa adaptar-se a um novo contexto, em que algumas coisas terão de serem abandonadas, substituídas ou reduzidas.

A coragem de enfrentar a situação capacita o ostomizado a seguir contra todas as adversidades existentes, tendo como pano de fundo a esperança de um futuro melhor e aceitável.

É imperioso não se deixar morrer, não se entregar, mas praticar um recomeçar diário de pensamentos e ações dirigidas à manutenção da existência.

Ostomias não representam o fim da vida, mas um período em que algo foi feito para salvá-la.

Ao lado do cirurgião, a morte desafia:  “A bolsa ou a vida”?

Entregar a existência seria tolice.

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