Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Drogas antivirais são eficazes?

Vírus e bactérias possuem diferenças gritantes. Em função disso, ao contrário dos antivirais, existe um grande número de antibacterianos

| 09/08/2022, 10:36 10:36 h | Atualizado em 09/08/2022, 10:56

Quando comparamos o número de fármacos utilizados para tratar infecções bacterianas com as drogas usadas contra os vírus, observamos que estes são extremamente resistentes aos medicamentos.

A principal razão para essa diferença é a dificuldade em obter toxicidade seletiva que atue nos vírus. Infelizmente, a replicação viral está envolvida com os processos naturais da célula humana.

Vírus e bactérias possuem diferenças gritantes. Em função disso, ao contrário dos antivirais, existe um grande número de antibacterianos.

Bactérias são seres vivos. Vírus são partículas infecciosas. Bactérias são autossuficientes, possuindo um metabolismo próprio, multiplicando e se dividindo. O vírus necessita de hospedeiro, se replicando apenas com ajuda externa.

Apesar da dificuldade, vários locais de replicação do vírus já foram identificados, tornando- se alvos de ação dos fármacos antivirais.

A amantadina, por exemplo, inibe o desnudamento, bloqueando a replicação do vírus da influenza A. O aciclovir bloqueia a síntese de ácido nucleico viral de um ou mais membros da família dos herpesvírus. 

A zidovudina inibe a síntese de DNA viral pela enzima transcriptase reversa. A interferona inibe a síntese de proteínas virais.

Alguns antivirais, como oseltamivir, zanamivir e peramivir, inibem a neuraminidase, enzima localizada na superfície do vírus, necessária para sua liberação da célula hospedeira.

Pelo fato dessas drogas agirem em estruturas virais anexadas à célula humana, efeitos tóxicos se fazem presentes. Muitos ciclos de replicação viral ocorrem durante o período de incubação, momento em que o paciente ainda está bem. Quando ele apresenta uma doença viral sistêmica reconhecível, o vírus já se espalhou pelo corpo, sendo muito tarde para impedi-lo.

Outro fator limitante do tratamento antiviral é a emergência de mutantes resistentes aos fármacos.

No início da pandemia, na ausência de vacinas, vários medicamentos foram utilizados, sem sucesso. Hidroxicloroquina, azitromicina, nitazoxanida e ivermectina são drogas eficazes apenas em patógenos portadores de energia própria. Vírus utilizam a maquinaria da célula, obtendo dela a energia para sua replicação.

O sotrovimabe, um anticorpo monoclonal, que imita nossos anticorpos, acaba de ser lançado no mercado. Este medicamento age contra a proteína spike, estrutura localizada na superfície do coronavírus, que se liga aos receptores das células, para dar início à infecção. Os anticorpos monoclonais grudam nessa proteína e ativam a resposta imune para remover o vírus do organismo.

O tempo é um fator essencial para o sucesso dessas terapias. Essas drogas são indicadas para pacientes de alto risco, que ainda estão numa fase precoce e sem complicações. A maior barreira para o emprego dessas drogas está no preço.

Para quem não sabe o que fazer com ele, o dinheiro não traz benefício. Invista na ciência, e ela seguirá desvendando o ser da bactéria e o não ser do vírus.

Ficamos felizes em tê-lo como nosso leitor! Assine para continuar aproveitando nossos conteúdos exclusivos: Assinar Já é assinante? Acesse para fazer login

SUGERIMOS PARA VOCÊ: