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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Doenças negligenciadas

| 31/05/2022, 12:24 12:24 h | Atualizado em 31/05/2022, 12:23

O vírus SARS-CoV-2 é um exemplo claro de que, quando há recursos, é possível desenvolver rapidamente tecnologias médicas para diagnosticar, tratar ou até prevenir, como é o caso da vacina. Sem o prestígio das enfermidades que afetam camadas superiores da sociedade e geram retornos financeiros, as denominadas doenças negligenciadas repousam no limbo.

São enfermidades que afetam, principalmente, populações com poucos recursos financeiros que, justamente por isso, não despertam o interesse da indústria farmacêutica. 

Os métodos de tratamento e diagnóstico dessas patologias são antigos e inadequados e demandam investimento em pesquisa e desenvolvimento para se tornarem mais simples e efetivos. 

Doença de Chagas, dengue, acidentes ofídicos, leishmaniose, hanseníase, malária, esquistossomose e tuberculose  são alguns exemplos de doenças negligenciadas. 

Indivíduos que vivem em grandes centros urbanos têm a impressão errônea de que essas são moléstias do passado  que já foram erradicadas. Afinal, em extensas partes do mundo nas quais as condições de vida e de higiene melhoraram, elas não representam problema.

A falta de interesse da indústria farmacêutica pelas doenças negligenciadas faz com que muitas delas tenham tratamentos antigos, com limitações, baixa eficácia e reações adversas.

Um dos principais tratamentos para a leishmaniose, por exemplo, é feito com Anfotericina B e Antimoniato, drogas usadas para combater o protozoário causador da infecção. 

Utilizadas há mais de cem anos, esses fármacos são extremamente tóxicos, causando distúrbios cardíacos e renais.

O método de se combater o mosquito transmissor do vírus da dengue, na maior parte do País, é o mesmo  desde 1980. Ainda não há remédio específico para essa infecção, apenas uma vacina, que tem baixa eficácia.

Quando se fala de avanços na área da saúde, normalmente as universidades e instituições públicas fazem a maior parte das pesquisas, estudando os agentes causadores e como combatê-los.

Os procedimentos em pesquisa de remédios, propriamente ditos, acabam ficando com a iniciativa privada, que tem mais dinheiro e estrutura, além do interesse econômico nisso. 

No caso das doenças negligenciadas, no entanto, praticamente todos os ensaios e desenvolvimento são realizados pelo setor público ou por instituições sem fins lucrativos, principalmente estrangeiras.

Enquanto continuarmos negligenciando aquilo que mais necessitamos, continuaremos obtendo aquilo que mais tememos.

O sofrimento é sempre proporcional a algum estado de negligência anterior.

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