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DOUTOR JOÃO RESPONDE

Ciência é espiritualidade

null | 21/12/2021, 08:02 h | Atualizado em 21/12/2021, 08:05
Doutor João Responde

Dr. João Evangelista


Desde a antiguidade, medicina e religião já trilhavam seus percursos em passos ininterruptos e, ao mesmo tempo, divergentes. O medo da morte, a falta de conhecimento e a impotência na luta contra diversas enfermidades e, muitas vezes, a incapacidade de cura, levaram o homem a investigar o sobrenatural.

Quando o médico se inclina para examinar um paciente na maca, talvez não perceba, mas ele está se curvando diante da vida. Quando um servo se inclina, dentro de um templo, para fazer sua oração, ele está se curvando diante do Dono da vida.

Além de compatível com a espiritualidade, a ciência também é uma fonte espiritual profunda.

Espiritualidade é para quem busca entendimento, religião para quem busca recompensa. Ambas agem como poderoso recurso psicológico para a vivência de situações em que está envolvido o sofrimento humano, observando-se também o reconhecimento da importância da fé tanto para os pacientes quanto para os próprios médicos.

A compreensão inadequada das velhas relações entre ciência e espiritualidade foi, por muito tempo, geradora de conflitos. A relação com um aspecto transcendente da realidade, temperada com deuses, almas, anjos, ancestrais, é característica de tradições e culturas, expressa como um conjunto compartilhado de crenças relacionadas ao sagrado.

Embora, na maioria das vezes, a espiritualidade esteja ligada a uma religião, ela também pode ser vivenciada individualmente, sem ligação com grupo religioso. É curioso observar como alguns doentes reagem com satisfação a abordagem da espiritualidade na prática clínica.

É importante lembrar que, ao se falar da importância da espiritualidade na saúde, não se está negligenciando os fatores biológicos, sociais e psicológicos. O ser humano utiliza recursos existenciais para lidar com estresse emocional e adoecimento físico.

A abordagem de espiritualidade influencia a avaliação do enfermo quanto à qualidade do atendimento recebido e ao prognóstico. A presença do sentido existencial da espiritualidade aumenta o senso de coerência e tolerância diante do sofrimento. 

O fenômeno da fé traz consigo elementos terapêuticos, como resiliência, otimismo, esperança e gratidão. Cabe lembrar que existe diferença entre experiência espiritual saudável e transtorno psiquiátrico com sintomas de conteúdo religioso. 

É comum ver pessoas deprimidas procurarem, em vão, alívio e cura peregrinando em igrejas, até perderem a esperança e se suicidarem. A intervenção da psiquiatria poderia evitar esse desfecho. É papel da ciência depurar a religião da superstição, assim como é mister da religião purificar a ciência do falso absolutismo.

Considerar patológica uma experiência espiritual ou considerar normal uma patologia psiquiátrica são dois extremos indesejáveis. Ciência e espiritualidade tratam da natureza essencial do ser humano. Juntas, elas poderão cumprir o destino de torná-lo mais íntimo de si mesmo.  

“Alma é essa percepção que nos pergunta se a alma existe”.

João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

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