Álcool é um bem que faz muito mal
O álcool lesa o fígado, agride o pâncreas e intoxica o coração
Em êxtase, o bebedor diz que prefere um bêbado conhecido do que um alcoólico anônimo.
Inebriado pelo álcool, ele goza sua sensação de intensa alegria e otimismo, nem sempre condizente com a realidade ou estado físico de sua pessoa.
O álcool é a substância química mais utilizada pela humanidade. Bebidas alcoólicas são as drogas mais antigas que se conhece.
Considerado uma substância psicotrópica, o etanol atua no sistema nervoso central, agindo, primeiro como estimulante, depois como depressor, provocando mudanças no desempenho e comportamento, tais como euforia, excitação, confusão, letargia, coma e morte.

Seu consumo é admitido e incentivado pela sociedade, podendo se tornar um problema de saúde pública, causando acidentes de trânsito, violência associada a episódios de embriaguez, além de desenvolver dependência.
“Nunca mais eu bebo como ontem”, diz o consumidor de álcool, tão logo se livre da ressaca.
Lembrando o momentâneo bem-estar causado pela bebida, a pessoa esquece que a ressaca é a penalidade natural diante dos excessos com álcool.
Afinal, a deliciosa sensação da cerveja descendo pela garganta, já é o suficiente para aumentar a produção de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer.
O álcool gera diminuição da ansiedade, descontração e aumento da autoestima e da sociabilidade. Sem esse apelo emocional, ninguém beberia.
Entretanto, o consumo revela outro lado do etanol, como causador de sonolência, sedação, falhas da memória e lentidão dos movimentos.
Depois de ingerido, o álcool é metabolizado através das enzimas álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase.
A primeira converte o etanol em acetaldeído, essa substância tóxica para o organismo. Por isso, a segunda enzima entra em ação, convertendo esse composto em acetato.
Ao penetrar na corrente sanguínea, o álcool é difundindo por todo o corpo, alcançando o cérebro, onde libera neurotransmissores, como dopamina e serotonina, que estão relacionados com a ativação dos centros de prazer e recompensa.
Devido a essa liberação exacerbada, ocorrem mudanças fisiológicas no organismo, como sensação de bem-estar, relaxamento, desinibição e euforia.
Mas nem tudo é alegria. Inicialmente, o álcool desinibe o comportamento, a tensão e a ansiedade. Na medida que se bebe mais, somam-se os efeitos que chamamos de depressores do etanol.
Nesse momento, surgem sinais de lentidão do pensamento, queda nas atividades cognitivas e diminuição da atenção e memória.
Se a ingestão etílica continuar, poderá ocorrer um apagão nos neurônios, resultando em intensa sedação ou pré-coma.
Num grau extremo, o álcool reduz a atividade dos neurônios que controlam a respiração e a pessoa pode ter uma parada respiratória, podendo levar à morte.
Objetivando reduzir a inibição social, o bebedor sofre injúrias no organismo. O álcool lesa o fígado, agride o pâncreas, intoxica o coração e ilude o sistema nervoso central. Quando a bebida entra, a saúde sai.