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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

A dramática dissecção de aorta

É a patologia de maior mortalidade entre as síndromes aórticas agudas. Metade dos pacientes evolui para o óbito em 24 horas

| 27/09/2022, 07:50 07:50 h | Atualizado em 27/09/2022, 07:51

Ainda lembro das minhas aulas de cardiologia, onde o professor exaltava a aorta, o maior vaso sanguíneo do corpo humano.

Emergindo diretamente do coração e descendo, através do tórax, até o abdômen, ela caracteriza-se pelo seu grande diâmetro e presença de fibras elásticas em suas paredes. 

Essa calibrosa artéria garante elasticidade importante, característica relevante, pois quando o ventrículo esquerdo se contrai para ejetar o sangue em sua direção, ela se expande de modo a acomodar o volume sanguíneo. 

Tal distensão permite a manutenção da pressão sanguínea durante a diástole, momento em que a válvula aórtica se fecha e ocorre o enchimento do coração para novamente bombear sangue, no próximo batimento.

Histologicamente, assim como outras artérias, a aorta também possui uma parede formada por três camadas: íntima, média e adventícia. A delimitação dessas túnicas tem importância clínica na classificação de algumas patologias da aorta, como a dissecção.

De repente, surge uma dor forte no lado esquerdo do peito, irradiando para o pescoço, costas ou abdômen. Será infarto? Infelizmente, o caso pode ser ainda mais grave. Trata-se de uma dissecção de aorta, lesão na parede interna da artéria que se inicia no coração e recebe todo o fluxo sanguíneo, que então se propaga pelo corpo.

Quando a aorta é dissecada, o sangue invade suas camadas, a partir da túnica interna, forçando um caminho que separa a camada mais interna da camada média.

Essa condição é gravíssima, pois pode diminuir a irrigação em determinados órgãos ou, nos casos mais extremos, provocar o rompimento da camada externa, levando à hemorragia, necessitando atendimento imediato.

A dissecção de aorta é a patologia de maior mortalidade entre as síndromes aórticas agudas, com início súbito de dor torácica.

Tendo em vista que metade dos pacientes evolui para o óbito em 24 horas, o diagnóstico e a intervenção precoce são determinantes para o prognóstico.

Muitos dos casos de dissecção aórtica têm apresentação no idoso, onde há maior risco de ruptura e consequente óbito.

Trata-se daquele paciente que está bem, que sabe ser hipertenso, mas que não faz o controle adequado da pressão.

A doença evolui ao longo dos anos até que, de uma hora para outra, apresenta dor torácica súbita, como que rasgando o peito, o que corresponderia ao instante em que há o início da dissecção da parede da aorta. 

Apresentando um quadro de dor dilacerante, o paciente pode desmaiar de dor. 

No momento em que a parede interna da aorta se rompe, o vaso se divide em dois e o sangue pode se distribuir de forma desigual entre os órgãos, levando o indivíduo a relatar ter a nítida sensação de algo se partindo dentro de si. 

A dissecção aórtica geralmente acontece numa aorta enfraquecida e, por isso, é mais comum em pessoas que tenham histórico de hipertensão ou aterosclerose.

O coração é posto em perigo, mas não pode fugir, pois bombeia um inimigo, que é um pedaço de si.

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