Um mês após lockdown, Araraquara respira
Enquanto Jair Bolsonaro continua firme em sua cruzada contra as restrições de circulação, Araraquara começa a obter resultados esperançosos no controle da Covid-19.
No dia 5 deste mês, a cidade paulista registrou nove mortes em decorrência da doença, o pior momento da tragédia no município de quase 240 mil habitantes. Ontem, dia 21, apenas duas mortes haviam sido anotadas.
O número de novos casos nos últimos sete dias despencou: 57,5% em relação à semana anterior ao duro lockdown decretado pela prefeitura há exatamente um mês.
Empírico. Por esse mesmo recorte, a quantidade de mortes por semana caiu 39% na comparação do período de 15/02 a 21/02 (início do lockdown) com o de 15/03 a 21/03. “Estamos no caminho certo”, diz o prefeito Edinho Silva (PT). Araraquara agora está na fase vermelha/emergencial do Plano São Paulo.
Ação... A opção pelo lockdown ganha cada vez mais adeptos no interior paulista como a única alternativa eficaz, neste momento, ao colapso no sistema de saúde dos municípios.
...coordenada. Nesta semana, a pressão dos prefeitos por regras mais duras deve aumentar sobre o Palácio dos Bandeirantes.
Click. Após a Coluna revelar que líderes já questionam a permanência de Bolsonaro na Presidência, o Presidente disse a apoiadores: “Só Deus me tira daqui.”
Tentativa. O deputado Junior Bozzella (PSL-SP) recolhe assinaturas para a criação de uma CPI da Covid-19 também na Câmara. Apesar da iniciativa, ele avalia que o Congresso ainda está anestesiado.
Até quando? “Não sei mais quantas mortes ainda serão necessárias para esse convencimento. O Parlamento está anestesiado. Congressistas perderam a capacidade de se indignar, não sei se o volume de emenda é tão substancial a ponto de acharem normal haver tantas mortes”, disse.
Cadê? Enquanto Milton Ribeiro, na miúda, passa a boiada bolsonarista na Educação, como observou a jornalista Renata Cafardo, no Estado de S.Paulo, o Centrão cobiça o cargo do ministro, também nos bastidores.
Achou! O Centrão se recupera do tombo na Saúde e seus líderes avaliam como lamentável a performance de Ribeiro, apelidado de “ministro escondidinho”.
Se liga, Jair. A insatisfação com o combate à pandemia pelo governo federal extrapolou definitivamente os limites da política. Empresários entraram definitivamente na corrente que não aceita mais blá-blá-blá, enrolação e radicalismo.
Corrida. Na última sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, assinou a exposição de motivos interministerial do projeto de lei que o governo quer enviar ao Congresso para revisar a Lei de Patentes. O STF, porém, julgará no próximo dia 7 de abril uma ADI sobre o mesmo tema.
Sinal... A indústria de equipamentos de telecomunicações diz aguardar a votação no STF da ADI 5529 (que trata da Lei de Propriedade Intelectual) com muita preocupação. Segundo o setor, se a ADI for aprovada, mais de 80% das patentes serão atingidas e empresas perderão a proteção para todas as suas invenções.
...de alerta. “Imaginem a insegurança jurídica que levará às empresas, isso às vésperas da implantação da rede de 5G no País”, diz Humberto Barbato, da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.
Pronto, falei!
"Governo impõe o paroxismo desvairado: dois ministros da Saúde e nenhum plano coerente para derrotar o vírus. O caminho adotado é o da derrota.”
Moreira Franco, ex-ministro (MDB)