Tabata busca centro-direita e mira espólio de Covas
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (26)
Com a esquerda fechada em Guilherme Boulos (Psol), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) lançou na quinta-feira (25) sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo ciente de que precisará do voto de centro-direita para avançar na disputa. O cenário põe ela e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) numa briga direta pelo espólio político do PSDB na capital.
A legenda venceu as duas últimas eleições paulistanas: João Doria (53,29%) no primeiro turno de 2016 e Bruno Covas (59,38%) no segundo turno de 2020, contra Boulos. Sem nome forte para este ano, uma ala do PSDB quer “repatriar” Andrea Matarazzo, que poderia ser vice de Tabata. Enquanto o casamento é incerto, a deputada, para esvaziar o apoio a Nunes, está levando parte da equipe de Covas (morto em 2021) para o seu time.
ELENCO. Tabata convidou Vivian Satiro para liderar o plano de governo e o ex-presidente do PSDB da capital Orlando Faria para coordenar o núcleo político. Os dois ocuparam os mesmos postos na campanha de Covas em 2020 e depois foram secretários municipais, mas não veem Nunes como herdeiro dos votos tucanos a partir de agora.
ASPAS. “Tenho pouca afinidade com o projeto da atual gestão”, afirmou Vivian à Coluna. “Vai ter muita gente que era Covas vindo para Tabata. Esse pessoal não se enquadra com Boulos ou com Nunes. Ele (Nunes) e Jair Bolsonaro (juntos) é tudo que com certeza o Bruno não aceitaria. E eu também não”, acrescentou Orlando.
LIMITES. Interlocutores de Nunes ressaltam que ele não entraria nesse embate por respeito ao prefeito morto em 2021, e por entender que Covas não deixou procuração para falarem por ele.
TÔ FORA. Antes mesmo da operação deflagrada na quinta-feira (25) pela Polícia Federal em endereços do deputado federal Alexandre Ramagem (PL), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, já avisara ao MDB que não subirá no palanque do bolsonarista no Rio, onde ele é pré-candidato a prefeito. Expoente do MDB, Tebet não fará campanhas que tenham bolsonaristas na cabeça de chapa.
DÚVIDA. O MDB não decidiu se lançará o deputado federal Otoni de Paula à prefeitura do Rio ou se, de fato, apoiará Ramagem pelo apoio do PL a Ricardo Nunes em São Paulo. De qualquer forma, ambos são bolsonaristas.
MISSÃO. A enviada dos EUA para direitos dos LGBTQIA+, Jessica Stern, reúne-se nesta sexta-feira (26) em Brasília com Symmy Larrat, secretária de Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do governo Lula. No domingo (28), Stern participará da Marcha pelo Dia da Visibilidade Trans, em frente ao Congresso.
PASSAPORTE. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que já esteve na fogueira palaciana, ganhou a chave de ouro para se fortalecer como nunca no governo, ao assumir a missão de “reabilitar” Guido Mantega e emplacá-lo na presidência da Vale. O desejo palaciano foi revelado pela Coluna em julho de 2023.
AMIZADE. Entre políticos próximos ao ministro, a análise é de que, mesmo se a missão fracassar, Silveira e Lula já estão em plena sintonia. No ano passado, o ministro sofreu fritura de congressistas da base aliada insatisfeitos com a falta de acesso a ele.
Pronto, falei!
"Se o presidente Lula conseguir impor Guido Mantega como diretor-presidente da Vale, tudo pode acontecer. Inclusive virarmos uma República de bananas” - Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda