Sabendo que o PT é dependente dele, Lula impõe derrotas à sigla
Coluna foi publicada nesta terça-feira (28)
Estado de São Paulo
O presidente Lula impôs mais duas derrotas ao próprio partido ao indicar Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) e Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da União (PGR). O PT preferia ver nesses cargos Jorge Messias e Antônio Carlos Bigonha, respectivamente. Agora, os petistas preveem uma onda de insatisfação interna, mas sem chances de “motim”.
E o motivo é simples: o PT continua totalmente dependente de Lula. Interlocutores da cúpula partidária afirmam que decisão do Presidente todos acatam, mesmo quando reclamam nos bastidores. Lula sabe disso, tanto que apenas fez o anúncio minutos antes de embarcar para mais uma viagem internacional, deixando a discussão entre os correligionários para trás. Lula tem a certeza de que o PT só voltou ao poder porque foi ele quem disputou a Presidência.
ESSE NÃO. Petistas temem outra derrota na escolha do novo ministro da Justiça. Querem Marco Aurélio Carvalho, do Prerrogativas, ou Messias, e mandam recado: digerem outro nome, menos o interino Ricardo Cappelli.
PONTO FINAL. O voto do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, a favor da PEC que reduz poder dos ministros do STF selou o destino de Dino. Garantiu o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na decisão de Lula de agradar os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. E Messias, ex-assistente parlamentar de Wagner, foi rifado.
SEI NÃO. A cúpula do MDB duvida que a ministra do Planejamento Simone Tebet será transferida para a Justiça, pasta de visibilidade e almejada pelo PT. Até a segunda-feira (27), a sigla não havia sido sondada. Dizia que eventual convite será decidido somente por Tebet.
RESGATE. A crise na segurança é a maior crítica ao governo Lula. E ministros do STF aconselharam o presidente a escolher uma pessoa “robusta e com profundidade” para o Ministério da Justiça, para resgatar seu prestígio. A pasta já foi comandada por personalidades que vão de Márcio Thomaz Bastos a Rui Barbosa.
DINHEIRO. O Partido Novo apresentou três propostas para tentar evitar que o Fundo Eleitoral chegue a R$ 5 bilhões. Uma zera o valor do Fundo em 2024; outra mantém o que foi proposto no Projeto de Lei Orçamentária, R$939,3 milhões; e a última estabelece um limite de R$ 2 bilhões.
ESTRUTURA. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) aproveitou o aniversário de 85 anos (1º dezembro) para apresentar as mudanças no órgão, antecipadas pela Coluna. Na segunda-feira (27), a pasta, que travou queda de braço com a Polícia Federal em torno da segurança presidencial, fez um tour com jornalistas.
TUDO CERTO. O ministro do GSI, general Amaro, afirmou à Coluna que agora está tudo em paz com a Polícia Federal.
FINANCIAMENTO. O Sistema Nacional de Fomento, que reúne 34 instituições financeiras, aumentou em 24,6% o volume de recursos liberados aos municípios no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período em 2022. A soma chega a R$7,5 bilhões. Os dados, obtidos pela Coluna, estão em levantamento da Associação Brasileira de Desenvolvimento, a partir de informações do Tesouro Nacional.
Pronto, falei!
"Flávio Dino não será nem pior nem melhor que seus pares. O atual critério para escolha de Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que é lamentável” - Sérgio Rosenthal, Advogado criminalista
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Coluna do Estadão,por Estado de São Paulo