PT pressiona Lula para recriar comissão de mortos políticos
Coluna foi publicada no domingo (31)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será cada vez mais pressionado pelo PT, a partir de agora, a recriar a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos. Após ter proibido ministérios de promover atos para marcar os 60 anos do golpe de 1964, completados neste domingo (31), Lula agradou oficiais de alta patente, mas recebeu críticas da esquerda. Organizações de direitos humanos consideram inaceitável que a comissão encarregada de localizar restos mortais de vítimas da ditadura militar não saia do papel.
A minuta de decreto reativando o grupo dissolvido no fim do governo Bolsonaro descansou um ano na Casa Civil, mas, no último dia 13, o processo voltou para o Ministério da Justiça, sob o argumento de que precisava do parecer do novo titular, Ricardo Lewandowski.
DÍVIDA. Lula prometeu reabrir a comissão, que foi instalada no governo FHC, em 1995. Na prática, porém, ainda não decidiu como resolver o imbróglio. Depois dos ataques de 8 de janeiro de 2023, o Presidente vive uma boa fase com a cúpula das Forças Armadas, que é contra a iniciativa, por considerá-la revanchista.
PARA QUÊ?. “Precisamos olhar para frente, e não pelo retrovisor. As Forças já abriram tudo desde 1995”, disse o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Joseli Parente.
TEM MAIS. Mesmo com o veto de Lula, o PT e entidades da sociedade civil programaram manifestações sobre os 60 anos do golpe. Os atos do dia 23 minguaram, mas outros virão, como a Caminhada do Silêncio, que sairá neste domingo às 16 horas do antigo DOI-Codi em direção ao Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Ibirapuera (SP).
DESAFIO. O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, lidera uma auditoria global, intermediada pela ONU, que mostrará como diferentes governos têm enfrentado as mudanças climáticas. A expectativa é a de que 100 países participem do projeto. Os resultados serão apresentados em novembro na COP-29, no Azerbaijão.
PELO MENOS. O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, diz que o tom do Brasil sobre o conflito entre Israel e Palestina teve efeito positivo nas relações comerciais com países árabes.
ALIANÇA. “Os países que se identificam com esse posicionamento se alinharam mais ao Brasil. O mundo árabe, hoje, é pró-Lula. Todo mundo quer fazer negócio conosco”, afirmou Perosa ao Broadcast Agro/Coluna do Estadão.
LEMBRETE. No Brasil, porém, pesquisas indicam que Lula perdeu popularidade ao comparar o ataque de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto.
ÓCIO CRIATIVO. Como costuma fazer, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, passou a Semana Santa em retiro acadêmico e espiritual na Harvard Kennedy School, onde medita, escreve e dá palavras. Na volta, deve definir seu voto sobre mudanças no foro privilegiado.
Pronto, falei!
"O fim da saidinha é uma necessidade frente a uma série de outras reformulações que precisamos fazer dentro da legislação, buscando o endurecimento” - Paulo Alexandre Barbosa, deputado federal (PSDB-SP)